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Tracoma: conheça a doença inflamatória que mais causa cegueira

Problema de saúde pública em locais com pouco saneamento básico, a infecção da membrana ocular pode levar à perda de visão irreversível

Por Valentina Bressan
28 jul 2024, 08h00
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Infecção tem tratamento, mas recorrência do problema pode causar perdas irreversíveis (Freepik/Freepik)
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Considerado um problema de saúde pública em vários países, o tracoma é uma doença infecciosa da conjuntiva, membrana que cobre o olho. A infecção é causada por uma bactéria e, em casos recorrentes, pode levar à cegueira irreversível.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o tracoma ainda é um problema sério em pelo menos 42 países e já levou cerca de 1,9 milhão de pessoas a ficarem cegas.

+Leia também: O necessário esforço para eliminar doenças negligenciadas

O que causa o tracoma

O microorganismo responsável pelo tracoma é a Chlamydia trachomatis. Há registros da infecção causada por essa bactéria desde a Antiguidade. No Brasil, o tracoma já era uma preocupação durante o período de imigrações europeias entre os séculos 19 e 20.

A infecção pode ser transmitida por contato direto com as secreções oculares de pessoas infectadas, por exposição indireta a objetos contaminados ou por moscas. A transmissão acontece quando há lesões ativas no olho.

Alguns métodos de prevenção incluem hábitos de higiene, como lavar o rosto e não compartilhar objetos pessoais. O tracoma é mais comum em regiões onde não há saneamento básico adequado.

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Sintomas do tracoma

A doença pode ser assintomática, mas a recorrência pode gerar sintomas como:

  • Sensibilidade e intolerância à luz;
  • Coceira nos olhos;
  • Vermelhidão;
  • Secreções oculares e lacrimejamento;
  • Dor nos olhos e inchaço;
  • Dificuldade de abrir os olhos;
  • Sensação de corpo estranho no olho;
  • Diminuição da visão.

Na fase inicial, costuma ocorrer mais frequentemente entre crianças. Os primeiros sintomas costumam aparecer de 5 a 12 dias após o contato com a bactéria.

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O problema é que, em lugares onde a situação de transmissão é endêmica, a bactéria é contraída de forma constante. As repetidas infecções causam o tracoma em si e os tipos graves da doença. A exposição à bactéria não gera imunidade adquirida duradoura.

Também se estima que mulheres tenham mais chances de serem afetadas, devido a fatores socioeconômicos e de desigualdade de gênero – nas regiões endêmicas, são elas que têm mais contato com as crianças e ficam mais vulneráveis à infecção.

Existe tratamento para o tracoma?

No início da doença, a infecção pode ser curada com antibióticos. Mas, quando se torna recorrente, a inflamação leva à fibrose nas pálpebras. Assim, a pálpebra interna cria cicatrizes e isso leva à deformação dos cílios, que começam a crescer na direção interna do olho.

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O contato constante dos pelos com a córnea arranha o olho e causa úlceras na córnea e, em último estágio, perda de visão. O tratamento da doença avançada pode envolver cirurgia e remoção dos cílios. O transplante de córnea é uma opção em alguns casos.

O diagnóstico costuma ser feito por exame ocular externo.

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