Entenda as justificativas de Bolsonaro para não ir ao seu julgamento
Ex-presidente alegou problemas digestivos para não comparecer ao Supremo Tribunal Federal (STF)

O julgamento por tentativa de golpe de Estado, envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus começou na terça-feira (2) com uma ausência notável: a do próprio Bolsonaro, cuja defesa alegou problemas de saúde para justificar o não comparecimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) no primeiro dia dos trabalhos.
Cumprindo prisão domiciliar enquanto aguarda a conclusão do processo, o ex-mandatário vem enfrentando quadros crônicos de esofagite e gastrite. “Ele não está bem”, resumiu à imprensa o advogado Celso Vilardi, que representa Bolsonaro.
Entenda os atuais problemas de saúde de Bolsonaro
O quadro de esofagite enfrentado por Bolsonaro é uma inflamação no esôfago, o tubo que leva alimentos da garganta até o estômago e está localizado bem no começo do sistema digestivo.
É comum que a esofagite apareça como consequência do refluxo, apresentando irritações na mucosa que reveste o esôfago e outros sintomas como azia, mau hálito (halitose), dor no peito e dificuldade para engolir.
Já a gastrite, também diagnosticada em Bolsonaro, acomete a parte seguinte do sistema digestivo. Nesse caso, a inflamação é observada na mucosa que reveste o próprio estômago.
Somados, os dois problemas vêm afetando bastante a qualidade de vida do ex-presidente. Em julho, o político de 70 anos chegou a receber uma recomendação médica para passar o mês inteiro em repouso, após precisar cancelar agendas públicas em meio a crises de vômitos e soluços.
Bolsonaro também recebeu indicações para falar o mínimo possível e adotar uma alimentação regrada, de modo a aliviar os sintomas e acelerar a recuperação.
Ex-presidente já passou por cirurgia este ano
Os problemas que afastaram Bolsonaro do próprio julgamento iniciado nesta semana não são novidade. Nos últimos anos, ele tem enfrentado uma série de complicações digestivas, que têm sido atribuídas à facada sofrida durante a campanha presidencial de 2018, quando acabaria eleito.
Desde o atentado, que completa sete anos no próximo sábado (6), o ex-presidente já precisou se submeter a diversos procedimentos para lidar com obstruções e outros impactos em pontos diversos do sistema gastrointestinal. Em abril, Bolsonaro precisou passar por uma cirurgia de 12 horas para liberar aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal.