Pressão alta prejudica a cognição
Depois dos 60 anos, hipertensos correm maior risco de demência
Uma revisão da literatura médica publicada pelo grupo Nature acusa a hipertensão de também comprometer funções como memória e raciocínio.
“Já sabíamos que ela é a principal causa de AVC, tanto isquêmico quanto hemorrágico, eventos com sintomas agudos e capazes de deixar sequelas, mas agora temos evidências de que também ataca a microcirculação cerebral, provocando danos cumulativos e mais difíceis de detectar em longo prazo”, contextualiza o neurocirurgião Feres Chaddad, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Perda de memória recente, apatia, dificuldade progressiva para andar e se localizar e depressão são alguns dos sinais de alerta emitidos por quadros de demência. “É importante procurar ajuda, pois é possível agir antes da piora”, defende Chaddad. Não dá para ficar com aquele argumento de que “é coisa da idade”.
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Vasinhos em perigo
A hipertensão não está por trás apenas do AVC, mas de problemas na microcirculação cerebral:
1) Rígidos e enrijecidos
Os vasos sanguíneos de quem tem hipertensão ficam enrijecidos com o tempo, por isso não funcionam tão bem.
2) Placas pelo caminho
As artérias ainda são vítimas da inflamação e das placas de gordura, e trombos podem se desprender dali e obstruir vasos no cérebro.
3) Entupimentos macro e micro
Eles interrompem o fluxo sanguíneo e levam à morte de um grupo de neurônios. Na microcirculação, causam danos cumulativos.