Obesidade pode ajudar a espalhar a gripe, diz estudo
Além de ser um fator de piora dos sintomas, obesidade pode aumentar o período de transmissão da doença
Diversos estudos já demonstraram que a obesidade pode piorar a gravidade da gripe. Isso porque gera inflamações no organismo que abalam a nossa imunidade. O que os cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, queriam saber é se o peso elevado também teria influência na transmissão do vírus.
Em parceria com a Universidade da Califórnia, também nos Estados Unidos, e o Ministério da Saúde e Instituto de Ciências Sustentáveis da Nicarágua, os experts monitoraram 1 783 habitantes de Manágua (capital do país) durante três temporadas de gripe, entre 2015 e 2017. Do total, 812 participantes eram maiores de idade, sendo que 42% desses estavam acima do peso (341 pessoas).
No período analisado, 87 pessoas foram diagnosticadas com influenza A e 58 com influenza B. A média de duração dos sintomas foi de 10 dias.
Os resultados revelaram que os adultos obesos com dois ou mais indícios de influenza A espalhavam o vírus por 42% mais tempo do que as pessoas com peso considerado adequado. E aqueles com obesidade que apresentaram apenas um ou nenhum sintoma da doença (mas carregavam o vírus mesmo assim) podiam difundi-la durante um período 104% maior.
Em entrevista ao portal da Universidade de Michigan, Aubree Gordon, a líder da investigação, comentou o seguinte: “Certamente é importante encorajar as pessoas a serem vacinadas, particularmente se são obesas ou têm outros fatores de risco”. Não se trata, claro, de estigmatizar ninguém – e sim de dar atenção à imunização contra a gripe.
De qualquer forma, os experts reconhecem que essa é uma pesquisa muito limitada, entre outras coisas pelo número reduzido de voluntários. E vale ressaltar que os cientistas perceberam que o IMC (o índice de massa corporal) alto não influenciou na propagação da influenza B.
Ainda assim, eles acreditam que o resultado está ligado à inflamação causada pela obesidade. Por hora, também reforçam a importância da criação de estratégias de intervenção e prevenção para contornar o excesso de peso – que atinge 1,9 bilhão de pessoas no planeta, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).