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Não é só gravidez: 10 razões para a menstruação atrasada

Diversas condições de saúde podem afetar a produção de hormônios e alterar o ciclo menstrual

Por Valentina Bressan
27 out 2024, 08h00
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Um ou dois dias de atraso na menstruação não costumam ser sinal de problemas, mas irregularidade deve ser motivo para procurar atendimento médico (Wayhomestudio/Freepik)
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Quando a menstruação atrasa alguns dias, a primeira suspeita costuma ser a de gravidez. Embora fazer um teste seja uma boa medida para começar a investigar o que está acontecendo no organismo, a gestação está longe de ser a única razão para o atraso.

O termo científico para o atraso – ou falta – de ciclo menstrual é amenorreia. De maneira geral, não é uma doença por si só, mas sinal de outra condição de saúde subjacente

O que é amenorreia?

A amenorreia é dividida em duas categorias: a amenorreia primária acontece quando a primeira menstruação não ocorre até os 16 anos, em média; a amenorreia secundária consiste na ausência de menstruação por 3 meses ou mais, depois de um período de ciclos regulares. 

Um ou dois dias de atraso não costumam ser motivo para preocupação, mas a principal dica para manter a saúde é monitorar o ciclo menstrual e procurar assistência médica se seu ciclo for regular e estiver atrasado ou se faz mais de 35 dias da última menstruação. 

Confira a seguir 10 possíveis motivos para o atraso menstrual.

1. Idade

Depois da menarca, é comum que levem anos até que o ciclo menstrual se torne regular. Durante seis ou mais anos após a primeira menstruação, os ciclos podem ser irregulares e não seguirem a média de 28 dias. 

Isso também acontece quando a menopausa se aproxima. Depois dos 45 anos, a perimenopausa – período de transição para a menopausa – pode trazer menstruações irregulares por dois anos ou mais. Ao mesmo tempo, podem aparecer sintomas como fogachos (os famosos “calorões”), insônia, mudanças de humor, suores noturnos e ressecamento vaginal

2. Estresse

O estresse crônico pode causar alterações no ciclo menstrual. O cortisol, conhecido como “hormônio do estresse”, é liberado pelo organismo na tentativa de regular o estresse. Ele atua também sobre o hipotálamo, que participa do eixo de regulação do ciclo menstrual. 

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Assim, níveis muito altos de estresse podem fazer com que a menstruação atrase – ou até que não aconteça naquele mês.

3. Síndrome do Ovário Policístico

Conhecida pela sigla SOP, a Síndrome do Ovário Policístico é desencadeada quando o corpo desenvolve uma resistência à insulina.

Para diagnosticar a SOP, é preciso notar a presença de pelo menos dois dos sintomas: a ausência de ovulação crônica (que causa atraso ou falta de menstruação); cistos nos ovários, avaliados a partir de um exame de imagem; e hiperandrogenismo. O hiperandrogenismo pode ser manifestado por meio do excesso de pelos e da acne.

Outros sintomas associados à condição são o ganho de peso e o escurecimento de algumas regiões da pele.

+Leia também: Estrogênio: o que é esse hormônio e qual sua importância

4. Falência ovariana prematura

Também chamada de menopausa prematura ou insuficiência ovariana, a condição é caracteriza pela irregularidade ou ausência de ciclos menstruais já antes dos 40 anos. A falência ovariana prematura ocasiona os mesmos sintomas da menopausa, mas as manifestações aparecem antes da idade considerada normal.

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A menopausa precoce pode estar associada a distúrbios da tireoide, bem como a danos ao tecido dos ovários por conta de quimioterapia, cirurgia e outros tratamentos de saúde. Doenças autoimunes também podem provocar a falência ovariana prematura.

5. Hiperprolactinemia

Durante a amamentação, é normal que a menstruação não ocorra. Isso acontece por conta da presença da prolactina, hormônio que estimula a produção de leite. Mas atenção: isso não significa que seja impossível engravidar durante a lactação – siga utilizando contraceptivos nesse período. 

A prolactina também pode ficar elevada em pessoas que não estão amamentando. Nesse caso, o excesso do hormônio pode ser associado com o uso de alguns tipos de medicamentos, o hipotireoidismo, a insuficiência renal e problemas no fígado.

Em algumas situações mais raras, a produção alterada de prolactina ocorre devido à presença de um tumor na glândula pituitária – o que também pode ocasionar mudanças nos ciclos menstruais.

6. Problemas na tireoide

O eixo que regula a menstruação é composto principalmente pelo hipotálamo, a hipófise e os ovários. No entanto, a glândula tireoide também influencia a produção de hormônios envolvidos nos ciclos menstruais.

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Além do elo com a menopausa precoce que já mencionamos, tanto o hipertireoidismo quanto o hipotireoidismo podem ocasionar alterações menstruais: a menstruação pode ser excessiva e o sangramento, intenso; o sangramento pode ser leve demais; ou o ciclo pode se tornar irregular.

7. Alterações de peso e rotina de exercícios

Dietas muito restritas ou transtornos alimentares podem fazer com que o ciclo menstrual fique suspenso. O corpo não dispõe de nutrientes suficientes para a produção de hormônios que regula a menstruação. 

Uma rotina de exercícios muito intensa também contribui para a interrupção da menstruação, devido a fatores como a baixa gordura corporal e o alto nível de estresse

Por outro lado, a obesidade também pode afetar a produção de estrogênio e progesterona e ter como efeito mudanças no ciclo menstrual.

8.  Síndrome de Asherman

A Síndrome de Asherman causa o acúmulo de tecidos que se assemelham a cicatrizes no revestimento do útero. A condição pode aparecer associada a uma curetagem, a uma cesárea ou a tratamentos de saúde.

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O problema pode tanto gerar a interrupção da menstruação quanto causar sangramento constante, bem como dores pélvicas. Às vezes, nenhum sintoma se manifesta.

9. Medicações

Uma série de medicamentos pode causar atraso menstrual ou afetar o ciclo de maneira geral. Anticoagulantes, anti-inflamatórios, antidepressivos, antiepiléticos e quimioterápicos integram a lista de remédios que podem gerar menstruações mais leves, mais pesadas ou ausência de ciclo menstrual.

Como efeitos colaterais de algumas dessas medicações, também estão o aumento de cólicas menstruais.

10. Contraceptivos

Com o uso de pílulas contraceptivas, é comum que a menstruação se torne mais leve ou mesmo ausente. A mesma coisa pode acontecer com o uso de dispositivos intrauterinos (DIU) que liberam hormônios no útero.

No entanto, algumas pessoas que utilizam DIUs não-hormonais podem notar ausência de menstruação. O mais comum é que a menstruação se torne mais intensa nos primeiros meses, mas procurar um médico é essencial para investigar as causas da alteração.

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