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O que são miomas uterinos? Conheça os sintomas, causas e tratamentos

Tumores benignos formados no útero tendem a ser assintomáticos, mas devem ser monitorados e, se necessário, retirados cirurgicamente para preservar o órgão

Por Larissa Beani
31 jul 2023, 17h03

Cerca de 80% das mulheres poderão desenvolver ao menos um mioma uterino até os 50 anos de idade, estima o Escritório da Saúde da Mulher do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.

Nem sempre eles precisam ser  tratados, só quando provocam sintomas. A seguir, conheça os sinais, fatores de risco e tratamentos para a condição.

O que é mioma?

Os miomas são tumores benignos (ou seja, não cancerosos) que surgem no útero.

“Eles crescem entre as fibras musculares do órgão, estimulados principalmente pelo estrogênio [hormônio] produzido pela própria mulher”, detalha Alexandre Silva e Silva, ginecologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

+ Leia também: Quais as diferenças entre os tumores benigno e maligno?

Chamados também de leiomiomas ou fibroides, eles podem ser diagnosticados com poucos milímetros, como achado incidental de exames, e só exigem intervenção quando estão relacionados a alguma queixa. 

Tipos de mioma

Os miomas podem ser classificados a partir de sua localização.

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Quando eles se formam sob a superfície externa do útero, como é mais comum, são chamados de subserosos. Já aqueles que surgem na parede do órgão são os intramurais.

Há também os que aparecem abaixo do endométrio, que é a camada que reveste o útero e origina a menstruação quando se descola do órgão. Esses são os submucosos.

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Diferentes tipos de miomas uterinos (BruceBlaus/Wikimedia Commons/Reprodução)

Sintomas

Estima-se que apenas um terço das mulheres que têm miomas desenvolve sintomas. Entre os principais estão:

O aparecimento e a intensidade desses sinais dependem bastante de onde os tumores estão localizados, além do tamanho e da quantidade deles.

“A maioria das mulheres têm miomas pequenos e convive com eles sem nenhuma repercussão à saúde e sem precisar de tratamento”, afirma o ginecologista Agnaldo Lopes, presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

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    Causas e fatores de risco

    A causa exata do desenvolvimento de miomas ainda é desconhecida, mas sabe-se que seu crescimento é estimulado por altos níveis de estrogênio.

    Por isso, eles podem aumentar durante a gravidez, quando as taxas de hormônios aumentam, e são menos frequentes na menopausa, quando as reservas hormonais estão baixas.

    Já os fatores de risco e prevalência são bem conhecidos. A maioria do casos de mioma são diagnosticados em mulheres negras. Além disso, enquanto metade delas pode vir a apresentar sintomas, apenas um quarto das mulheres brancas sentem sinais dos fibroides.

    A obesidade também influencia o quadro. “Mulheres obesas apresentam uma diminuição da proteína SHPG [globulina ligadora de hormônios sexuais], responsável por remover hormônios esteroides da corrente sanguínea”, explica Silva e Silva.

    “Sua redução provoca um desequilíbrio entre os hormônios sexuais circulantes.”

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    + Leia também: Obesidade: novos remédios, velhos dilemas

    Há, ainda, outros fatores associados ao risco:

    • Estar em idade reprodutiva
    • Ter histórico familiar
    • Menarca precoce (quando a mulher tem sua primeira menstruação muito jovem)
    • Hipertensão
    • Alcoolismo
    • Deficiência de vitamina D
    • Dieta rica em carnes

    Diagnóstico

    Os miomas podem ser revelados por meio de exames de imagem, como o ultrassom transvaginal e a histerossonografia (ultrassonografia detalhada do útero).

    Se não for possível chegar a uma conclusão com estes testes, pode ser solicitada uma ressonância magnética de pelve com contraste.

    “Ela permite que os médicos visualizem bem o útero e conheçam a localização e o tamanho dos tumores com precisão”, explica o ginecologista da USP.

    Vale pontuar que o aparecimento de miomas, que são tumores benignos, não está relacionado ao desenvolvimento de cânceres.

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    “Um não se transforma em outro, e tampouco eles têm sua incidência relacionada”, ressalta Agnaldo Lopes, que é professor de ginecologia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

    + Leia também: Vacinar meninos ajuda a evitar um câncer comum em mulheres

    Tratamento

    Os miomas só são tratados quando provocam algum incômodo. Os cuidados podem envolver o uso de medicamentos para o alívio dos sinais e para a diminuição ou controle dos tumores.

    A cirurgia para a retirada dos fibroides, chamada miomectomia, também é indicada em alguns casos. Ela pode ser feita por vídeo, com pequenas incisões no âbdomen ou entrada pela vagina. Ou ainda por meio de uma incisão maior no abdômen, com acesso direto ao mioma.

    O ideal é que eles sejam removidos enquanto ainda são pequenos. Assim, o útero pode ser melhor preservado. Isso permite que a mulher, caso pretenda, engravide normalmente.

    Em casos de miomas grandes e muito numerosos, porém, a histerectomia (remoção do útero) pode ser considerada.

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    “A presença de nódulos com essas características acaba alterando a anatomia do órgão, que se estica de forma exacerbada”, ilustra Alexandre Silva e Silva.

    Dessa forma, o útero pode perder funcionalidade, não conseguindo sustentar uma gestação mais tarde, por exemplo.

    Felizmente, técnicas cirúrgicas tem sido cada vez mais aprimoradas e profissionais estão sendo capacitados para realizar procedimentos menos invasivos e até mesmo com auxílio robótico. Isso acaba diminuindo os riscos cirúrgicos e melhorando a recuperação das mulheres.

    No entanto, para a melhor preservação do aparelho reprodutor, o essencial mesmo é o diagnóstico precoce e acompanhamento dos tumores.

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