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Gripe: conheça os sintomas, principais tipos e como tratar

Saiba reconhecer, prevenir e combater essa infecção respiratória, cujo número de casos aumenta nas estações mais frias

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 12 jul 2021, 15h57 - Publicado em 12 jul 2021, 15h35
imagem do vírus influenza, que causa a gripe
São 4 tipos do vírus por trás da gripe. Vacina é a melhor maneira de se proteger deles.  (Ilustração: Erika Onodera/SAÚDE é Vital)
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O que é a gripe e quais são seus sintomas

A gripe é uma infecção respiratória causada pelo vírus influenza, transmitida por meio da aspiração de gotículas liberadas no espirro, na tosse e durante a fala de pessoas contaminadas, ou ao encostar em superfícies contaminadas e levar as mãos aos olhos, boca e nariz.

Os principais sintomas são secreção nasal, coriza, tosse com catarro, dor no corpo e febre. O tempo de incubação varia de três a cinco dias e a fase aguda da doença dura cerca de dez dias.

Algumas pessoas ainda se infectam mas não adoecem. “Todo vírus respiratório pode gerar um quadro assintomático ou com poucos sintomas, mas, mesmo nesses casos, é possível transmiti-lo”, informa o infectologista Ivan França, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.

Quais são os tipos de gripe

Existem quatro tipos de influenza, todos provocam quadros parecidos, que podem se agravar e ter complicações sistêmicas: A, B, C e D, sendo que os dois últimos são menos comuns. Além disso, esses quatro são divididos em vários subtipos.

O grupo A é o mais comum, geralmente responsável pelas temporadas sazonais de gripe e eventuais epidemias, como a de H1N1 que aconteceu em 2009. Como o vírus sofre mutações com frequência, as variantes em circulação mudam a cada ano. Por isso, a vacina tem que ser atualizada.

 

A gripe é mais comum no inverno?

É comum ver gente resfriada e gripada nos meses mais frios do ano. França conta que a incidência de doenças respiratórias como a gripe aumenta no inverno por duas razões. Primeiro, porque o influenza e outros vírus circulam com maior facilidade quando a temperatura está mais baixa.

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“Mas o principal motivo são os hábitos da população nessa época, que fica mais aglomerada, com as janelas fechadas, em ambientes sem circulação do ar”, acrescenta. Como o coronavírus, o influenza adora um espaço fechado e mal ventilado.

Diferença entre gripe, resfriado, Covid-19 e dengue

homem tossindo com gripe
(Foto: Omar Paixão/SAÚDE é Vital)

Os sintomas da gripe são bem parecidos com os de infecções causadas por outros vírus. Apesar de só ser possível bater o martelo através de exames, dá para encontrar algumas diferenças entre elas.

“A principal característica que diferencia a gripe do resfriado comum é que ela provoca um quadro mais severo”, afirma o infectologista.

Já a Covid-19 e a dengue são doenças sistêmicas, ou seja, não afetam apenas o sistema respiratório. “Na infecção pelo coronavírus, você pode ter problemas gastrointestinais, renais, hepáticos, cardiovasculares, além de muita dor muscular e falta de ar”, lista França.

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A dengue, por sua vez, é marcada por pequenos sangramentos na pele, febre prolongada e dores musculares e articulares. “Apesar de acontecer o ano todo, ela é mais comum no verão, enquanto a gripe ocorre com maior frequência no inverno”, aponta.

Quem faz parte do grupo de risco

O grupo de risco da gripe inclui tanto as pessoas com imunidade baixa quanto quem vive mais expostos ao vírus:

● Crianças menores de 6 anos de idade
Idosos
● Gestantes e puérperas
● Portadores de doenças crônicas e imunodeficiências
● Profissionais da saúde
● População privada de liberdade
● Povos indígenas
● Professores

Como funciona o diagnóstico

Hoje, o diagnóstico já não é mais feito apenas pela análise dos sintomas do paciente. “Existem testes rápidos e moleculares, que mostram qual o tipo do vírus, feitos a partir da coleta de material com SWAB nasal [o famoso cotonete do teste RT-PCR] de orofaringe”, conta o médico. O exame costuma ser solicitado quando o infectado precisa de atendimento médico.

Tratamento e remédios para gripe

O oseltamivir, mais conhecido pelo seu nome comercial Tamiflu, é um antiviral específico contra o influenza disponível na rede pública. No entanto, ele não utilizado para todos os casos de gripe – normalmente, só é prescrito para pessoas com maior risco de apresentarem complicações.

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Além disso, existe um tempo certo para tomar o remédio. “Ele é indicado para os primeiros dias. Depois de 3 dias de sintomas, a eficiência dele já é questionável”, afirma.

Nos demais casos, o que se faz é cuidar das queixas, com medicamentos analgésicos, antitérmicos e descongestionantes, além de repouso e reforço na hidratação com aumento da ingesta de líquidos. Depois de 14 dias do contágio, o próprio sistema imunológico se encarrega de se livrar do vírus.

Atenção: chás, sopas e afins até ajudam a hidratar o corpo e trazer alívio, mas não são tratamentos eficazes contra a gripe. Não deixe de buscar ajuda médica assim que os sintomas se iniciarem.

Quais as complicações

“A gripe pode ser um gatilho para problemas bacterianos, como amigdalite, otite e pneumonia, já que as defesas do sistema respiratório ficam abaladas”, alerta França. Isso é um risco principalmente para quem naturalmente tem a imunidade mais baixa.

Pessoas com doenças crônicas e idosos podem sofrer agravamento de suas doenças de base e ficar com o organismo mais comprometido como um todo.

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Assim, há risco de hospitalização e morte com a doença. Em 2019, 22,5% dos 4 939 óbitos por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), no Brasil, ocorreram devido ao influenza, de acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.

Como prevenir a gripe

A principal forma de evitar a doença é tomando a vacina, que deve ser aplicada anualmente, de preferência antes da chegada do inverno. “Isso porque os tipos de influenza circulando no mundo mudam todo ano, e a fórmula contempla as variantes mais prevalentes no momento”, contextualiza França.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a injeção gratuitamente para os grupos de risco. Fique atento às datas de início e término das campanhas anuais.

“A vacina é boa para todas as pessoas. Então, recomendamos a pessoas que não fazem parte do grupo de risco que tomem na rede privada, se possível”, orienta o profissional.

Assim como qualquer imunizante, ele é seguro e provoca efeitos colaterais mínimos, como dor no local da aplicação e febre baixa nos primeiros dias. “É apenas um sinal de que seu organismo está reagindo ao imunizante. Essa vacina é feita com o  vírus inativado, incapaz de provocar a enfermidade”, conclui.

Fora a picada, as medidas de prevenção consistem em praticar a etiqueta respiratória (cobrir o rosto com o braço ou um lenço descartável ao tossir e espirrar), higienizar constantemente as mãos com água e sabão ou álcool em gel e manter os ambientes bem ventilados.

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