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Garcínia: a fruta realmente promove emagrecimento?

Suplementos com garcínia prometem ajudar a perder alguns quilos, mas esses efeitos não foram comprovados cientificamente

Por Valentina Bressan
30 abr 2025, 12h00
garcinia
Frutinha amarela ou avermelhada é utilizada tradicionalmente pela medicina popular oriental (Bishnu Sarangi/Pixabay)
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É mais provável que você tenha visto a garcínia em rótulos de suplementos do que em uma árvore. A pequena fruta, natural do sul da Ásia, ganhou fama devido à alegação de que funciona como inibidor de apetite e pode promover emagrecimento.

Mas essa história está bem longe da verdade. Em estudos com humanos, os participantes que consumiram os extratos de garcínia não tiveram uma perda de peso relevante quando comparados com o grupo que não consumiu o preparo.

Também chamada de tamarindo malabar, a frutinha com o tamanho de um limão e a aparência de uma pequena abóbora é muito usada na culinária asiática. Na medicina popular oriental, ela é empregada para tratar úlceras e problemas gastrointestinais.

Saiba mais sobre os componentes da garcínia e seus reais efeitos sobre o corpo humano.

Garcínia para emagrecer: funciona ou não?

O grande responsável pela fama de emagrecedora da fruta é o ácido hidroxicítrico. Essa substância, extraída da fruta e de sua casca, atua no processo de síntese de ácidos graxos, colesterol e triglicerídeos e pode diminuir as taxas dessas gorduras no organismo.

Nos Estados Unidos, a garcínia cresceu em popularidade depois que os dietéticos baseados na efedra, um extrato de planta usado em produtos para emagrecer, foram proibidos. A garcínia, então, surgiu como alternativa para os fabricantes de suplementos.

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O problema é que esse efeito emagrecedor não foi comprovado pela ciência. A maioria dos estudos realizados em humanos contemplou poucos participantes e não demonstrou mudanças significativas no peso. Essas pesquisas também foram conduzidas por pouco tempo: o período máximo de testes foi de 12 semanas. Assim, não dá para saber os resultados a longo prazo do uso da garcínia.

É preciso ficar atento a manchetes enganosas. Alguns estudos tenham notaram diminuição de peso com o uso de compostos de garcínia em ratos. Os testes com os bichinhos até atestaram que a planta pode combater úlceras. Mas esses resultados não são traduzíveis para humanos. 

Em laboratório, alguns compostos da planta mostraram atividade antimicrobiana, anti-inflamatória e anti-cancerígena, mas esse é outro potencial que ainda não foi avaliado em seres humanos.

+Leia também: Anvisa proíbe suplementos com ora-pro-nóbis; entenda o motivo

Os perigos dos suplementos de garcínia

Além de não ter comprovação científica, os suplementos de garcínia podem causar danos à saúde. O consumo excessivo de preparos com a planta e a fruta pode causar lesões no fígado.

Outro perigo é a lista de ingredientes desses suplementos dietéticos. A maioria não contém apenas garcínia, mas um coquetel de ervas. Pouco se sabe sobre os efeitos da combinação dos compostos dessa planta. A toxicidade da garcínia sequer foi estudada a fundo.

A garcínia ainda pode interagir com outras medicações e causar efeitos adversos graves. Problemas gástricos podem aparecer. Para crianças, grávidas e lactantes, o consumo é estritamente proibido, já que os riscos são ainda maiores.

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No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu alguns suplementos de fitoterápicos com garcínia que prometiam inibir o apetite naturalmente. Os produtos não tinham registro nos órgãos reguladores. Sempre confira se os suplementos estão registrados na Anvisa e consulta um médico antes de adicionar qualquer fitoterápico em sua rotina.

 

 

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