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Fevereiro Laranja: leucemia tem cura?

No mês de conscientização sobre a leucemia, conheça os tipos desse câncer, os sintomas, o diagnóstico, o tratamento atual e perspectivas para os pacientes

Por Nelson Hamerschlak, Head Nacional de Hematologia da Brazil Health*
11 fev 2024, 12h47
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A leucemia é um câncer que afeta certas células do sangue.  (Foto: GI/Getty Images)
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A leucemia é um tipo de câncer do sangue que acontece quando o corpo produz muitos glóbulos brancos de forma anormal na medula óssea. Isso atrapalha a produção dos glóbulos sanguíneos normais, o que pode causar anemia e diminuição das plaquetas.

Existem diferentes tipos de leucemia, cada um com características específicas. Mas, basicamente, eles são divididos em dois grupos: mieloide e linfoide, dependendo do tipo de glóbulo branco afetado.

Também podem ser classificados como crônicos ou agudos, dependendo se os glóbulos brancos são maduros e funcionais ou imaturos (chamados blastos) e não funcionais.

A frequência varia de acordo com o tipo de leucemia e com a idade. Ela vai de um caso para cada 100 mil habitantes até 40 para cada 100 mil.

+Leia também: Câncer de colo do útero: pouco mudou em 25 anos

Assim como outros cânceres, a leucemia ocorre através de uma mutação genética. Essas alterações geralmente acontecem nas células da medula óssea, onde o processo de formação do sangue é feito.

Normalmente, essas mutações são somáticas, o que significa que ocorrem nas células do corpo e não são passadas para os filhos. No entanto, em casos raros, algumas formas de leucemia podem ser herdadas – a mutação é passada de pais para filhos.

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A leucemia linfoide aguda é mais comum em crianças, com taxas de cura altas. Já a leucemia mieloide crônica é mais prevalente em adultos. Quanto às leucemias mieloide aguda e linfoide crônica, são mais comuns em idosos.

A gravidade da leucemia varia de acordo com o tipo da doença. As leucemias crônicas, por exemplo, costumam ser detectadas principalmente durante exames de rotina de sangue – até porque mal apresentam sintomas claros.

Por outro lado, as leucemias agudas apresentam sinais mais graves, exigindo internação hospitalar e tratamento imediato. Assim como em outras doenças cancerígenas, um diagnóstico rápido e tratamento adequado são essenciais.

Alguns tipos de leucemia, como as linfoides crônicas, podem não precisar de tratamento por vários anos. Mas é necessário acompanhamento regular para iniciar a terapia assim que necessário.

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Sintomas da leucemia

As leucemias crônicas podem não ter sintomas ou apresentar algumas manifestações gerais, como fadiga, febre vespertina e sudorese noturna.

Já as leucemias agudas apresentam manifestações mais marcantes, como:

  • Anemia (palidez e cansaço)
  • Baixa contagem de glóbulos brancos funcionais (febre e infecções)
  • Baixa contagem de plaquetas (sangramentos e manchas na pele)
  • Em casos mais graves, podem ocorrer distúrbios sérios na coagulação e comprometimento neurológico, hepático e renal.
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É possível se prevenir da leucemia?

Na maioria dos casos, não há um fator específico que poderia ser alvo de uma ação de prevenção. No entanto, adotar um estilo de vida saudável, incluindo dieta equilibrada, sono adequado, prática regular de exercícios e evitar o tabagismo contribuiria para uma melhor resposta ao tratamento.

+Leia também: Câncer: ao menos um quarto dos casos seria evitado com hábitos saudáveis

Como é o tratamento?

Dependendo do tipo de leucemia, o tratamento envolve quimioterapia, radioterapia, imunoterapia, terapia direcionada, terapia com células geneticamente modificadas ou transplante de medula óssea.

Não é verdade que as leucemias sejam incuráveis ou com resultados ruins. As taxas de cura, mesmo nos casos mais graves, variam de acordo com o tipo de leucemia e da idade do paciente, alcançando geralmente entre 70% e 90%.

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O transplante de medula óssea pode ser indicado em casos específicos determinados por parâmetros avaliados pelos médicos. Nesse procedimento, o paciente recebe quimioterapia e/ou radioterapia para aniquilar as células doentes e abrir espaço para receber as novas (justamente por meio do transplante).

As novas células são injetadas na corrente sanguínea através de um cateter. Esse mecanismo incrível chamado homing (ir para casa em inglês) faz com que as células viajem até a medula óssea, onde se reproduzem e regeneram a medula do paciente.

O transplante de medula óssea é fundamental, pois pode tornar a leucemia curável para pacientes que não teriam sucesso apenas com o tratamento convencional.

*Nelson Hamerschlak é Head Nacional de Hematologia da Brazil Health, além de coordenador de Hematologia e Transplante de Medula do Hospital Israelita Albert Einstein

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(Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)

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(Logo: Brazil Health/Reprodução)
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