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Leucemia: o que é, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento

Conheça esse tipo de câncer, suas origens e os tipos, além dos sintomas capazes de denunciar a doença

Por Fabiana Schiavon
Atualizado em 10 abr 2023, 16h46 - Publicado em 28 fev 2022, 16h20

O que é a leucemia?

Primeiro, é preciso entender que quem fabrica as nossas células sanguíneas é a medula óssea. E esse tipo de câncer ocorre quando essa produção sai do controle, levando a uma quebra no equilíbrio especificamente dos glóbulos brancos no sangue.

Existem diferentes versões de leucemia. Os grupos principais são divididos pela gravidade – crônica ou aguda – e pelos tipos de glóbulos brancos afetados – linfoides ou mieloides –, gerando as seguintes combinações:

+ Leucemia linfoide crônica (LLC), que costuma acometer gente com mais de 55 anos
+ Leucemia mieloide crônica (LMC), mais comum em adultos
+ Leucemia linfoide aguda (LLA), a versão mais prevalente em crianças, mas pode atingir adultos
+ Leucemia mieloide aguda (LMA), que pode ocorrer em crianças e adultos, mas é mais observada em idosos

“A grosso modo, a divisão mais clássica é entre crônica e aguda, mas, hoje, há inúmeros subtipos que servem para guiar o médico rumo o tratamento mais eficaz”, esclarece Breno Gusmão, onco-hematologista e integrante do Comitê Médico da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale).

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O número de casos novos de leucemia esperados para o Brasil para cada ano do triênio 2020/2022 é de 5 920 em homens e de 4 890 em mulheres — valores que correspondem a um risco estimado de 5,67 casos novos a cada 100 mil homens, e 4,56 para cada 100 mil mulheres.

A taxa de letalidade da doença é de 40%, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

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O que causa a leucemia?

Há uma lista de coisas que podem desencadear esse tipo de câncer, mas não existe uma relação de causa e efeito tão direta como ocorre com o tabagismo e o câncer de pulmão, por exemplo.

Por falar em cigarro, vale pontuar que ele tem uma conexão com a leucemia mieloide aguda – inclusive, é o único fator que pode ser evitado.

“Estar exposto ou manipular pesticidas, agrotóxicos, derivados do petróleo ou viver em zonas radioativas são causas mais frequentes da doença. Lembrando que esses níveis de toxicidade não chegam ao consumidor comum”, relata Gusmão.

A doença não é hereditária, mas há casos de eventos genéticos, que são raros.

E, infelizmente, o tratamento de outro tipo de câncer pode acabar prejudicando a produção de células sanguíneas. “A quimioterapia e radioterapia usam compostos químicos capazes de afetar o DNA de algumas células, gerando leucemias. É uma contradição, mas pode ocorrer”, informa o médico.

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Quais são os sintomas da leucemia?

Infecções graves recorrentes, anemia, cansaço, palidez, falta de energia, hemorragia na gengiva, sangue na urina e hematomas pelo corpo são possíveis sinais da leucemia.

“O sangue é formado por glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas. Como a leucemia é uma doença do sangue, se uma das células não exercer a sua função adequada vai, rapidamente, interferir no trabalho da outra”, relata o médico.

Entender esse caminho é importante para não chegar a confusões, como a de achar que a anemia pode evoluir para uma leucemia. Na verdade, é o contrário. Como citamos, a anemia pode ser um indício da leucemia.

Principais sintomas

  • Palidez
  • Cansaço
  • Palpitação
  • Aumento de gânglios
  • Infecções persistentes ou recorrentes
  • Hematomas, manchas avermelhadas que não doem e sangramentos inexplicados
  • Aumento do baço e do fígado
  • Anemia
  • Fraqueza
  • Sangramentos nasais e nas gengivas
  • Gânglios inchados (na região do pescoço e nas axilas)
  • Febre
  • Sudorese noturna
  • Dores nos ossos e nas articulações
  • Perda de peso sem motivo aparente

Os sintomas no público infantil são semelhantes, mas, segundo levantamento da Abrale, nesses casos as queixas mais comuns são febre, cansaço excessivo, dor das juntas e hematomas.

Diagnóstico

A investigação costuma demorar um pouco mais porque o médico que dará a palavra final é o hematologista.

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Como as pessoas costumam fazer exames rotineiros com profissionais de outras especialidades (cardiologistas, ginecologistas e urologistas, por exemplo), é preciso que esses médicos desconfiem da doença para fazer o encaminhamento correto.

Um exame simples de sangue – pedido em qualquer check-up – já pode dar uma pista de que algo não anda tão bem. Para ter ideia, um hemograma alterado pode indicar um aumento do número de leucócitos associado ou não à diminuição das hemácias e plaquetas, mas outros detalhes técnicos também são avaliados pelo médico.

A confirmação só vem mesmo a partir de um exame da medula óssea, o mielograma – em que se retira sangue de dentro do osso para analisar as células mais de perto. Em alguns casos, é feita a biópsia da medula óssea.

Principalmente quem recorre ao sistema público de saúde (e tem que enfrentar uma espera considerável para o agendamento de consultas) pode receber um diagnóstico tardio, complicando a próxima fase: o tratamento.

De acordo com levantamento da Abrale, pelo menos 1/3 dos indivíduos com leucemia demoraram um mês para descobrir a doença. Cerca de 7% chegaram a aguardar um ano para a confirmação, segundo dados de uma pesquisa com pacientes de diversos tipos de leucemia, em 2019.

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Tratamento

Gusmão conta que o destrinchamento dos tipos de leucemia permite maior personalização nesse momento. O médico defende inclusive que o Fevereiro Laranja deve ser utilizado para disseminar uma informação mais otimista sobre a doença. “Temos mais ferramentas que podem dar qualidade de vida e chance de cura a esses pacientes”, relata.

De fato, graças a muitas pesquisas e ao avanço da tecnologia, o arsenal terapêutico disponível hoje está tornando o tratamento menos duro e mais eficiente.

Para alguns casos, já há tratamentos medicamentosos. Em outras circunstâncias, associa-se a quimioterapia aos remédios. As soluções dependem do quadro de cada paciente.

Um desafio que ainda fica é o acesso – principalmente quando se fala em opções mais inovadoras. Tudo é muito caro e pouco disponível, seja no sistema público como no privado.

+ LEIA TAMBÉM: Doação de medula óssea: os bancos precisam de jovens adultos

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O mesmo levantamento da Abrale revela que muitos pacientes conseguiram medicamentos pagando do próprio bolso ou após entrar com uma ação judicial.

“O Brasil não acompanha a evolução da tecnologia, mas iniciativas como o Estatuto do Câncer e um projeto de lei que pede pela químio oral são a esperança para mudar esse cenário”, analisa o oncologista.

A quimioterapia oral é indicada para alguns casos de câncer, como de pulmão, rins, próstata, entre outros.

O transplante de medula óssea é outra saída tanto para as leucemias agudas quanto para as crônicas. Contudo, só é indicado em situações específicas – como quando o paciente não responde bem ao tratamento convencional. Entenda como ele funciona aqui.

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