Apesar de ter se tornado menos comum nas últimas décadas, a febre tifoide é uma infecção aguda que ainda ocorre em locais com carência de sistemas de saneamento básico e higiene. Em 2019, ano mais recente com dados globais atualizados, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou cerca de 9 milhões de casos de febre tifoide e 110 mil mortes.
O que é a febre tifoide
Infecção causada pela bactéria Salmonella typhi — um tipo do micróbio causador da salmonelose, famosa pelas infecções gastrointestinais — que pode gerar tanto manifestações clínicas moderadas quanto levar a quadros graves e crônicos. Nesta situação, diversos órgãos são acometidos e pode haver risco de vida.
Mesmo sem sintomas, pessoas infectadas podem portar a bactéria no intestino e na circulação sanguínea e transmitir a doença.
Sintomas da febre tifoide
Os sintomas costumam aparecer de 1 a 3 semanas após a infecção. Os principais são:
- Febre prolongada e alta;
- Dor de cabeça e mal-estar;
- Náusea;
- Retardamento do ritmo cardíaco;
- Tosse seca;
- Perda de apetite;
- Diarreia ou constipação;
- Manchas rosadas pelo tronco;
- Aumento do volume do baço.
Em casos graves, a febre tifoide pode evoluir e causar problemas intestinais, como hemorragia e perfuração no intestino. A presença da bactéria na corrente sanguínea pode causar retenção urinária, pneumonia e colecistite.
Outras complicações, como inflamação do músculo e do revestimento cardíaco, infecção de vasos sanguíneos, inflamação no pâncreas, bexiga ou rins, meningite e problemas psiquiátricos podem ocorrer em casos graves ou crônicos.
Febre tifoide tem tratamento?
O tratamento da febre tifoide é feito com antibióticos e reidratação. Casos graves podem precisar de internação. Para diagnosticar a doença, exames específicos podem ser solicitados para descartar outras infecções com sintomas similares.
Com tratamento, os sintomas costumam melhorar dentro de uma semana. No entanto, a crescente resistência aos antibióticos usados para tratamento podem tornar a doença mais complicada. É importante cumprir o ciclo de medicação mesmo com a melhora dos sintomas.
Saiba como evitar a febre tifoide
A bactéria responsável pela febre tifoide é transmitida de forma direta, quando se entra em contato com as mãos da pessoa infectada, por exemplo, e de forma indireta, por meio da ingestão da água ou alimentos contaminados por fezes e urina. A pessoa que carrega a bactéria pode eliminá-la na urina e nas fezes durante até três meses, mesmo se não apresentar sintomas.
Alimentos contaminados, como legumes irrigados com água contaminada, frutos do mar, leite e derivados não pasteurizados, e produtos congelados e enlatados são outras possíveis fontes de transmissão da doença.
Além de evitar esses possíveis contaminantes, existe uma vacina que serve como prevenção para a doença. Não há indicação de rotina para a imunização contra a febre tifoide, mas crianças a partir dos dois anos de idade e adultos que viajarão para áreas com alta incidência da doença podem se vacinar na rede privada. A vacina confere imunidade por três anos.
Outra dica é sempre consumir água tratada e desinfetar alimentos com hipoclorito de sódio. Nunca use alimentos que passaram da data de vencimento e proteja a cozinha contra insetos e animais. Comer alimentos crus ou mal cozidos também é má ideia.