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Estudo traz esperança contra a leucemia crônica, doença ainda incurável

Combinação inédita de medicamentos pode tratar um tipo de câncer que atinge o sangue

Por Larissa Beani Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
2 set 2025, 04h00
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Novos estudos apontam melhores tratamentos e desafios emocionais dos pacientes com leucemia (Rodrusoleg e Naeblys/Getty Images)
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Silenciosa, a leucemia linfocítica crônica (LLC) é um tipo de câncer sanguíneo que não costuma provocar sintomas, e, nesses casos, não precisa de intervenções. Mas, para quem passa a ter problemas como fraqueza e perda de peso, um novo combo de medicações pode ajudar a controlá-la.

Um ensaio clínico britânico realizado com mais de 500 pacientes demonstrou que o uso de ibrutinibe e de venetoclax, dois inibidores de proteínas ligadas ao câncer, pode tornar a doença indetectável por dois anos em 66% dos casos.

O tratamento-padrão atual só controla 48%. “O estudo resultou em respostas duradouras e que mantêm a qualidade de vida”, comemora Breno Gusmão, onco-hematologista da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale).

+ Leia também: Rumo ao fim da quimioterapia no tratamento das leucemias

O impacto na mente dos pacientes

Anualmente, cerca de 2,7 mil pessoas são diagnosticadas com esse tipo de leucemia no Brasil. A maioria são idosos que, ao lidar com o veredito, enfrentam também estigma e ansiedade. É o que mostra uma pesquisa realizada pela farmacêutica BeOne, em parceria com a Abrale.

Seis em cada dez participantes relatam que estão constantemente preocupados com o futuro e 34% passaram a se isolar socialmente após a doença. O acesso a inovações também é um fardo, devido a limitações nos sistemas de saúde público e privado.

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Palavra de Especialista

Com Alexandre Carvalho, CEO da BeOne no Brasil, e Catherine Moura, médica sanitarista e CEO da Abrale

VEJA SAÚDE: A LLC é uma doença que costuma surgir na terceira idade. Como o diagnóstico impacta o dia a dia desses pacientes, que provavelmente já convivem com outros problemas de saúde advindos da idade?

Alexandre Carvalho: O diagnóstico de LLC em idosos pode trazer desafios significativos, especialmente porque muitos já enfrentam outras condições de saúde relacionadas à idade. A LLC, por ser uma doença crônica e muitas vezes de progressão lenta, adiciona uma camada de complexidade ao manejo da saúde desses pacientes.

Cathreine Moura: A LLC é um tipo de câncer do sangue que acontece majoritariamente em pessoas idosas e pode gerar vários impactos, inclusive no emocional. E esse sentimento acontece mesmo nos casos em que a doença não necessita de tratamento imediato, quando se apresenta de forma indolente.

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O câncer ainda tem um estigma, que gera medo, insegurança. Além disso, a rotina de exames e o acompanhamento médico mais frequente podem exigir ajustes na vida cotidiana.

É importante que o cuidado com a LLC seja integrado ao cuidado geral da saúde, respeitando as limitações e necessidades dessa fase da vida.

+ Leia também: A jornada de quem tem leucemia e os novos tratamentos que favorecem a cura

Uma parte dos pacientes com LLC não recebe tratamento e é apenas acompanhada de perto pelos médicos, certo? Foi vista alguma diferença entre aqueles que fazem tratamento e os que não fazem, em relação à ansiedade com futuro e a participação nas decisões que envolvem as terapias?

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CM: Sim, é verdade que muitos pacientes com LLC são apenas monitorados em um modelo chamado watch and wait” (vigiar e esperar), quando a doença está estável e sem sintomas significativos. No entanto, essa conduta pode gerar dúvidas e ansiedade, especialmente em pessoas que associam o diagnóstico de câncer à necessidade imediata de tratamento.

Relatos de pacientes que atendemos na Abrale, e de médicos parceiros, mostram que o acompanhamento psicológico e uma boa comunicação com a equipe médica são essenciais nesse momento. 

Já os pacientes que iniciam o tratamento geralmente se sentem mais ativos no enfrentamento da doença, protagonistas, o que pode melhorar a percepção de controle. Mas a participação em decisões terapêuticas, como escolha de medicamento, tempo de início e abordagem, tende a reduzir a ansiedade nos dois grupos.

O que precisa ser feito para que pacientes com câncer tenham acesso garantido a acompanhamento psicológico?

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AC: A preocupação com o apoio psicológico foi destacado por 18% dos entrevistados, refletindo a tensão mental e emocional associada ao diagnóstico de LLC e à jornada de tratamento. Os pacientes indicaram uma grande necessidade de recursos para ajudar a controlar a ansiedade, o estresse e o impacto emocional geral de viver com LLC. 

Em relação ao que precisa ser feito, em primeiro lugar, reconhecer a importância do acompanhamento psicológico e inclui-lo às equipes multidisciplinares e não como “extra” ou algo opcional.

Também é importante aumentar a disponibilidade de profissionais especializados em oncologia e buscar garantir uma distribuição mais equitativa pelas regiões, tanto em hospitais públicos quanto privados.

Além disso, promover a conscientização entre pacientes, familiares e profissionais de saúde sobre a importância da saúde mental no tratamento do câncer, além da criação de políticas públicas e programas de apoio para garantir a cobertura e o financiamento adequado para os serviços de psicologia oncológica.

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