São muitas as complicações associadas ao estresse. Mas uma revelada faz pouco por pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, chama especialmente a atenção: o nervosismo foi ligado a um aumento no número de convulsões em adultos epilépticos.
É um acréscimo expressivo, diga-se de passagem. Segundo o levantamento, o risco de uma crise aumenta três vezes entre aqueles com ansiedade generalizada e duas vezes para quem tem transtornos de humor.
Os cientistas coletaram informações de 81 pacientes de Nova York que tiveram epilepsia recém-diagnosticada ou que haviam apresentado um único surto. Depois, monitoraram os participantes por dois anos. Conclusão: situações que provocam alto grau de nervosismo estavam fortemente atrelados à reincidência de ataques nos dois grupos.
Para ter ideia, foram considerados como fatores estressantes os seguintes episódios: doença ou morte na família, perda de emprego ou problemas com dinheiro, relacionamentos malsucedidos, lesão física e dificuldades legais. Ou seja, estamos falando de cenários realmente complicados — e não apenas de um dia isolado de nervosismo.
O que fazer diante disso
Apesar de ser um levantamento relativamente pequeno, seus resultados indicam caminhos importantes para quem sofre com epilepsia. Segundo o estudo, “As intervenções de redução de estresse, como a técnica mindfulness e a terapia comportamental cognitiva, podem ser consideradas tratamentos adjuntos seguros e baratos”. Os experts afirmam no artigo que essas descobertas são relevantes em especial para pessoas de baixa renda.
A epilepsia é uma disfunção crônica caracterizada principalmente por convulsões recorrentes. De acordo com a neurologista Elza Yacubian, da Liga Brasileira de Epilepsia (LBE), essas crises são causadas por descargas elétricas anormais no cérebro.
A especialista conta ainda que, em adultos, elas acontecem mais comumente enquanto a pessoa dorme, e podem ser agravadas por condições como privação de sono, ingestão alcoólica, sedentarismo e má alimentação.