Após quase três décadas sem novidades no tratamento da esclerose lateral amiotrófca (ELA), chega ao Brasil a edaravona, medicamento capaz de retardar o avanço dessa doença rara e incurável.
A ELA é caracterizada pela degeneração das células nervosas que controlam os músculos, provocando fraqueza e paralisia progressiva dos membros, além de dificuldades para deglutir e respirar, que podem levar os pacientes a óbito.
A nova droga não cura a condição, mas protege os neurônios a ponto de conter a evolução da doença. O tratamento é realizado com infusões periódicas que podem diminuir em 33% a progressão do quadro, segundo mostram estudos clínicos com o medicamento.
A farmacêutica japonesa Daiichi Sankyo é a responsável pela comercialização do fármaco, já usado nos EUA, Europa e Ásia.
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Como funciona o medicamento
Ele combate moléculas nocivas aos neurônios
Partículas instáveis
Acredita-se que a ELA esteja relacionada ao acúmulo de radicais livres, que provocam danos neuronais.
Pé no freio
A edaravona age como um antioxidante, prevenindo prejuízos ao sistema nervoso.
Multiúso
Além de tratar ELA, a droga desacelera o declínio funcional de pacientes que sofreram AVC.
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Desafios do diagnóstico ao tratamento
A qualidade de vida dos pacientes depende de equipamentos e assistência treinada
Detecção tardia
Os sintomas da ELA podem ser confundidos com os de outras doenças. Além disso, nem todo médico está familiarizado com a condição.
Atenção integral
O tratamento deve ser realizado por uma equipe multiprofissional, incluindo neurologistas, pneumologistas, fisioterapeutas e fonoaudiólogos.
Fonte misteriosa
Cerca de 90% dos casos não têm causa conhecida; 10% são genéticos. A falta de alvos dificulta o desenvolvimento de novos medicamentos.
Estigmas
A maioria das pessoas com ELA tem seu intelecto preservado e não deve ser subestimada. O físico Stephen Hawking foi um grande exemplo disso.