Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Doenças raras: novos exames podem trazer diagnóstico e tratamento precoces

Especialistas da Dasa abordam novidades em testes genéticos feitos desde o nascimento do bebê que contribuem para o controle de certas doenças raras

Por Abril Branded Content
Atualizado em 28 fev 2023, 16h04 - Publicado em 28 fev 2023, 08h54

Imagine uma paciente que passou boa parte da vida, desde os 6 meses até os 50 anos de idade, sofrendo com sintomas como febre, dor abdominal intensa, diarreia, colite e desconfortos articulares, tendo várias crises por ano e precisando constantemente recorrer ao pronto atendimento.

Depois de ser tratada rotineiramente com corticoide e antibióticos, além de internações e cirurgias, que, a longo prazo, deixaram sequelas, em 2016 a paciente foi internada no Hospital Nove de Julho, em São Paulo, pertencente à Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil. No local, a equipe do imunologista dr. Leonardo Oliveira Mendonça, coordenador do Centro de Doenças Raras da instituição, percebeu que havia algo de errado. “Começamos uma investigação que levou cinco anos para comprovar a suspeita de mutação genética”, relata o especialista.

Leonardo Oliveira Mendonça, coordenador do Centro de Doenças Raras no Hospital Nove de Julho -
Leonardo Oliveira Mendonça, coordenador do Centro de Doenças Raras no Hospital Nove de Julho – (Dasa/Divulgação)

Foi descoberto que a paciente sofria de uma doença rara, com duas mutações no gene NLRC4: a comunidade médica já conhecia casos com uma única mutação nesse gene, mas não se sabia que ela poderia causar a doença. Hoje, a paciente é a única no mundo comprovadamente portadora da condição autoinflamatória associada à forma recessiva do gene. Com o diagnóstico, feito em 2021, vieram o início do tratamento e, finalmente, o término das crises. O estudo, liderado pelo dr. Mendonça, foi conduzido por uma equipe com profissionais de países como Brasil, Itália, Alemanha e Austrália.

Infelizmente, esse não é um caso isolado. Apesar de os avanços da genômica contribuírem para o diagnóstico cada vez mais precoce das doenças raras, os pacientes podem passar por uma verdadeira saga para encontrar o diagnóstico certeiro, que inclui uma média de sete médicos e vários anos, às vezes décadas, para descobrir a enfermidade.

Continua após a publicidade

Por isso, os avanços nesse segmento devem ser comemorados. Referência em alta complexidade, o Nove de Julho é o primeiro hospital privado no Brasil a ter uma ala dedicada a pacientes com doenças raras. São dois andares, um para pacientes adultos e outro para a pediatria, com equipes multidisciplinares especializadas para atender às diferentes necessidades dos pacientes.

“Eles requerem uma atenção completa, observação clínica diferenciada, um olhar compenetrado para entender a complexidade da doença. Ter alas para acompanhamento desses pacientes, desde a entrada no hospital até a alta, é imprescindível para a recuperação. Além de termos criado uma Comissão Técnica de Biossegurança, que facilita a avaliação e a liberação de terapias avançadas, como a terapia gênica”, ressalta o imunologista.

Importância de se falar sobre doenças raras

Desde 2008, em 28 de fevereiro é celebrado o Dia Mundial das Doenças Raras. A data foi criada pela Organização Europeia de Doenças Raras (Eurordis) com o objetivo de incrementar os debates sobre a existência, as pesquisas e os tratamentos disponíveis para essas condições, proporcionando mais conhecimento sobre o tema e dando apoio aos pacientes e familiares.1

Continua após a publicidade

De acordo com o Ministério da Saúde, são consideradas doenças raras aquelas que afetam até 65 pessoas em cada grupo de 100 000 indivíduos. Estima-se que existam entre 6 000 e 8 000 tipos dessas enfermidades em todo o mundo, que impactam cerca de 13 milhões de brasileiros. Geralmente, elas são crônicas, progressivas e incapacitantes, podendo apresentar uma ampla diversidade de sintomas que dificultam o diagnóstico, causando um elevado grau de sofrimento físico e psicológico.2

Diante desse novo cenário, a dra. Natasha Slhessarenko, diretora médica do Alta Diagnósticos, em São Paulo, marca de medicina diagnóstica também pertencente à Dasa, reforça que há boas notícias e avanços: a América Latina tem caminhado a passos largos em inovações na área da genética, no sequenciamento de DNA e no desenvolvimento de vários tipos de exames genômicos.

Natasha Slhessarenko, diretora médica do Alta Diagnósticos -
Natasha Slhessarenko, diretora médica do Alta Diagnósticos – (Dasa/Divulgação)

De acordo com ela, aos poucos, o custo-benefício dessa medicina personalizada vai sendo percebido e valorizado, exatamente por proporcionar um tempo mais curto de investigação, bem como evitar hospitalizações e tratamentos equivocados.

Continua após a publicidade

Investigação após o parto

E a investigação pode começar, inclusive, logo após o nascimento. A realização de exames de triagem neonatal – o famoso teste do pezinho – é cada vez mais importante, já que o rastreio de doenças feito pelo exame está cada vez mais ampliado. Uma novidade recente é o BabyGenes, teste genômico que analisa 420 genes para, assim, acrescentar 390 doenças ao painel de detecção tradicional e é complementar ao teste do pezinho tradicional. O teste já está disponível na Dasa e, no futuro, espera-se que esses testes genéticos sejam incorporados à triagem neonatal para todos os recém-nascidos.

“A genética é uma área da medicina fundamental para o diagnóstico dessas condições, uma vez que cerca de 80% delas têm causa genética. A maior parte se manifesta nos primeiros cinco anos de vida, muitas são progressivas e há casos nos quais o tratamento previne ou diminui a progressão”, explica o dr. Roberto Giugliani, head de doenças raras da Dasa Genômica, braço de genômica da Dasa.

Roberto Giugliani, head de doenças raras da Dasa Genômica, braço de genômica da Dasa
Roberto Giugliani, head de doenças raras da Dasa Genômica, braço de genômica da Dasa (Dasa/Divulgação)

Segundo o especialista, atualmente, o teste do pezinho padrão inclui apenas sete doenças e deve chegar a cerca de 60 nos próximos anos. Os exames utilizam diferentes tecnologias: enquanto o teste convencional faz a análise bioquímica de algumas substâncias que estão em falta ou em excesso no sangue do bebê, o BabyGenes utiliza o mesmo sangue para analisar centenas de genes que são responsáveis por enfermidades que têm tratamento, mas são diagnosticadas mais tarde, quando a terapia já não é mais tão efetiva, afirma o dr. Giugliani.

Para encurtar essa jornada de forma assertiva, é fundamental que os médicos ampliem seu conhecimento sobre as doenças raras e sobre as possibilidades oferecidas pela genômica para solicitar os testes adequados para a investigação diagnóstica. “Nós, geneticistas médicos, estamos engajados nos estudos das doenças raras, mas ainda somos poucos: é uma especialidade relativamente nova, que conta com pouco mais de 300 especialistas no Brasil. É importante o engajamento de outras especialidades para acelerar o diagnóstico e contribuir para o seu manejo, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias”, afirma.

“Diversos médicos geneticistas e de outras especialidades estão disponíveis na Dasa para discussão de casos e para indicar o exame mais recomendado para cada caso, bem como para ajudar na interpretação dos resultados dos testes genéticos”, complementa a dra. Natasha.

Inovação em testes genéticos

Continua após a publicidade

Além do BabyGenes, há outros exames que são recomendados em casos de pacientes com sintomas, como o dos “microarrays”, que permite detectar pequenas alterações nos cromossomos; os painéis NGS, que analisam simultaneamente diversos genes relacionados a um fenótipo definido; e o Exoma, que faz uma pesquisa mais profunda e analisa todos os genes identificados nas regiões codificantes do DNA. Eles também estão disponíveis nos laboratórios da Dasa.

“Este é, definitivamente, o ponto-chave: a importância da busca do diagnóstico. Ainda que exista tratamento para apenas 5% a 10% das doenças raras, com o diagnóstico correto podemos interromper ou retardar a progressão de uma doença, orientar os familiares e prevenir novos casos. Hoje em dia, fazemos até mesmo a coleta de exames em casa, de forma mais confortável. É a medicina do futuro que vai chegando e ocupando o seu espaço”, conclui a dra. Natasha.

Dasa
Laboratório do Centro de Diagnóstico da Dasa Genômica em São Paulo – (Dasa/Divulgação)

Novo espaço para os raros em Porto Alegre

Continua após a publicidade

Espaço especializado voltado aos pacientes com doenças raras e aos seus familiares, a Casa dos Raros iniciará suas atividades em breve na capital do Rio Grande do Sul. Idealizado pelo dr. Roberto Giugliani, junto ao presidente da Casa Hunter, Antoine Daher, o prédio construído em Porto Alegre contará com a parceria da Dasa nas áreas de medicina diagnóstica, por meio das marcas Exame e Dasa Genômica, e de pesquisa clínica. “Estou muito feliz em realizar esse sonho ao lado de profissionais e empresas tão renomadas e dedicadas a essa causa, à qual também venho dedicando a minha carreira. É um novo e importante momento na minha longa jornada ao lado dos raros”, comemora o dr. Giugliani.

A sede recebeu, nesta terça-feira (28), famílias e associações de raros, profissionais de saúde, autoridades e patrocinadores para uma visita guiada pelas instalações desse novo centro de referência para os pacientes com doenças raras no país.

Para o diretor de genômica e de pesquisa clínica Latam da Dasa, Gustavo Riedel, estar presente na Casa dos Raros é de suma importância para a empresa. “Vamos colaborar para o diagnóstico precoce dos pacientes com exames genômicos de última geração e para a busca de novos tratamentos para as mais diversas doenças raras, por meio da pesquisa clínica. É uma excelente notícia para todos, principalmente para os pacientes raros e seus familiares”, afirma.

Referências:

  1. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Dia Mundial e Dia Nacional das Doenças Raras – último dia do mês de fevereiro. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/dia-mundial-e-dia-nacional-das-doencas-raras-ultimo-dia-do-mes-de-fevereiro/. Acesso em: 12 fev 2023.
  2. Ministério da Saúde. Doenças Raras. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/doencas-raras. Acesso em: 12 fev 2023.
  3. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Teste do Pezinho. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/teste-do-pezinho/. Acesso em: 12 fev 2023.
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.