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É seguro fazer atividade física em dias poluídos?

Cidades brasileiras estão com os piores índices de qualidade do ar do mundo. Saiba como se proteger e como fica a prática de exercícios

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 10 set 2024, 09h43 - Publicado em 9 set 2024, 14h48
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    Realização de atividades ao ar livre precisa ser realizada levando em conta os riscos da poluição (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Reprodução)

    Fazer exercício físico é uma das principais recomendações dos médicos para ter mais saúde e evitar doenças. Mas como fica essa recomendação quando cidades de todo o Brasil estão com a qualidade do ar ruim ou péssima?

    Com o acúmulo de fumaça das queimadas atingindo diversas regiões, mesmo a saúde de quem é ativo fica em perigo. “Quem mora perto dos incêndios sofre mais, mas há um transporte intenso desses poluentes, com grandes rios aéreos de fumaça carreando a poluição até regiões bem distantes”, aponta o pneumologista Gustavo Prado, coordenador da Pneumologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

    Junto com a poluição já existente na cidade, do escapamento dos carros, as ondas de calor e a baixa umidade do ar, o cenário forma uma bomba-relógio para o organismo.

    Entre os principais perigos, estão questões agudas, como crises de doenças respiratórias, arritmias cardíacas e aumento do risco de infartos e derrames em quem já tem predisposição. A longo prazo, quem é exposto fica mais propenso a desenvolver doenças crônicas e alguns tipos de câncer.

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    “Somando a poluição atmosférica e a domiciliar, são 7 milhões de mortes por ano, e 10% dos casos de tumores de pulmão são atribuíveis à qualidade do ar”, comenta Prado.

    Nesse contexto, é preciso tomar alguns cuidados na hora de se exercitar.

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    A relação entre exercício e poluição

    O exercício no geral ajuda a mitigar efeitos da poluição, como o aumento de processos inflamatórios no corpo e a mortalidade por doenças respiratórias e cardiovasculares.

    Portanto, para a população saudável, na faixa etária adulta, eles seguem sendo recomendados, com cuidados extras para evitar a exposição excessiva e seus danos crônicos. Agora, para quem já tem alguma fragilidade no organismo, os treinos em dias como os atuais podem ter o efeito oposto.

    É que, durante a prática, a taxa de respiração aumenta para dar conta do gasto energético maior. “Assim, inalamos mais poluentes. Para ter ideia, em repouso respiramos a cada minuto cerca de 6L de ar. Em exercício, a taxa sobe para 20L”, aponta Prado. “É bem claro que há um efeito negativo para idosos e portadores de doenças crônicas”, completa.

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    Ou seja, a decisão entre se exercitar ou não é individual. “Vai depender do nível de poluição e de fatores individuais, como o seu comprometimento cardíaco ou respiratório”, comenta o pneumologista Frederico Fernandes, do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

    Qualidade do ar deve ser guia

    Fernandes recomenda ficar atento ao índice de qualidade do ar (IQA ou AQI, na sigla em inglês). Ele pode ser verificado em aplicativos, no site IQAir e em serviços oficiais dos estados e municípios, apesar de boa parte deles não oferecer esse tipo de monitoramento.

    Quando ele está acima de 100, pessoas vulneráveis devem fazer atividade física em ambientes internos. Já pessoas sem problemas de saúde podem correr, caminhar ou pedalar ao ar livre.

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    Acima de 150, não é recomendada a atividade ao ar livre para ninguém. “Somente em lugares fechados, e de preferência com purificadores de ar, mas infelizmente seu uso não é tão difundido no país”, aponta o pneumologista.

    A partir de 200, nenhum tipo de exercício deve ser realizado, por nenhuma pessoa.

    Para ter ideia, na segunda (9), o IQA de São Paulo estava em 158, segundo o site IQAir. É um dos piores do mundo, mas há cidades em situação ainda mais perigosa. Em Porto Velho, Rondônia, o IQA era de 233, com risco iminente para toda a população.

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    Como minimizar os efeitos da poluição

    Prado ressalta que mesmo os jovens saudáveis devem ficar atentos a possíveis riscos. “Ainda não está certo para a ciência qual é o efeito da prática de exercícios em um ar insalubre”, diz.

    No geral, as recomendações são:

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