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Dermatite atópica piora rendimento escolar de crianças, segundo estudo

Sintomas provocados por essa doença de pele afetam a concentração e a qualidade de vida na infância, o que comprometeria o aprendizado

Por Priscila Carvalho, da Agência Einstein*
23 jul 2021, 18h28
menino que parece estar se coçando
Dermatite atópica, que causa coceira e feridas, pode atrapalhar o rendimento escolar. (Foto: GI/Getty Images)
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Um estudo publicado no periódico Jama Dermatology mostra que a dermatite atópica está associada a dificuldades de aprendizagem na escola. A doença tende a atingir mais as crianças e afeta a pele, com sintomas como coceira e feridas, em especial ao redor dos olhos e nas dobras.

A pesquisa incluiu 2 074 voluntários de 2 a 17 anos. Todos possuíam a doença e foram acompanhados de 2004 a 2019. Durante esse tempo, eles relatavam a gravidade da dermatite atópica.

Com base nos dados, os cientistas observaram que as crianças e jovens que manifestavam sintomas leves, moderados ou graves tinham maior dificuldade de aprendizado no ambiente escolar. Isso em comparação com participantes que praticamente não apresentavam sinais na pele.

“A dermatite atópica causa muita coceira, o que prejudica o sono e provoca uma piora na qualidade de vida”, afirma Silvia Soutto Mayor, coordenadora do Departamento de Dermatologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Ao dormir pior, a criança não conseguiria aproveitar ao máximo as aulas. Além disso, o desconforto da própria enfermidade geraria desatenção.

Outra razão que estaria por trás dessa perda de desempenho escolar são os medicamentos receitados contra a dermatite atópica. “Alguns antialérgicos provocam sono. E essa é uma doença crônica, que exige tratamento contínuo”, destaca Silvia.

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A dermatite atópica

Embora não tenha uma causa específica, seus sintomas são disparados por causa de um processo inflamatório exacerbado, que também está ligado a bronquite, asma e rinite, por exemplo. “A dermatite atópica pode se manifestar sozinha ou em um conjunto com problemas respiratórios”, afirma Vanessa Mussupapo, dermatologista do Hospital Israelita Albert Einstein e membro da SBD.

Ela tende a surgir a partir dos 6 meses de vida do bebê. “A maioria dos casos em crianças perdura até os 10 anos de idade. É uma doença autolimitada na infância”, complementa. No entanto, alguns casos podem seguir para o resto da vida, com crises intensas de tempos em tempos. Há episódios incomuns de indivíduos que só recebem o diagnóstico da dermatite atópica na vida adulta.

O tratamento

Não é possível falar em cura, porém existem medidas que amenizam os sintomas ou até os fazem desaparecer. Tudo começa limpando bem a casa e eliminando móveis que acumulem pó e outros fatores que possam irritar a pele. Também é aconselhado evitar tomar banho com água muito quente.
O uso de sabonetes, xampus e outros cosméticos deve ser discutido com um especialista. Até porque a hidratação da pele é fundamental.

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Quando as lesões surgem ou se intensificam, o tratamento pode envolver cremes ou pomadas. Em casos mais graves, medicamentos que suprimem o sistema imunológico entram em cena para conter o processo inflamatório na pele.

Um ponto importante: como a dermatite atópica não raro abala o bem-estar mental, o acompanhamento com psicólogos é bem-vindo.

*Esse texto foi publicado originalmente na Agência Einstein.

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