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Carvão ativado ajuda contra intoxicação, mas não serve para limpar dentes

Versão mais porosa do carvão tem uso consagrado no tratamento de intoxicações humanas e veterinárias, mas outras aplicaçõe ainda são controversas

Por Maurício Brum
Atualizado em 25 set 2024, 17h04 - Publicado em 23 set 2024, 10h30
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Comprimidos de carvão ativado podem ser indicados como tratamento emergencial para intoxicações (Domínio público/Reprodução)
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Usado há milênios como uma forma de lidar com envenenamentos e intoxicações, o carvão ganhou uma versão ainda mais eficiente para esse fim no século 20: foi quando entrou em cena o chamado carvão ativado, uma versão modificada do carbono típico.

Com propriedades comprovadas contra alguns tipos de toxinas (mas não todas), o carvão ativado é empregado como medicamento emergencial — em uso humano e veterinário — imediatamente após a exposição a essas substâncias. Em tempos recentes, ele também se popularizou em tratamentos dentários, mas essa eficácia é questionada pela ciência.

+Leia também: Carvão ativado para clarear os dentes: odontologistas pedem cautela

Conheça mais sobre o carvão ativado.

O que é o carvão ativado?

O carvão se torna “ativado” quando passa por um tipo de processamento para se tornar mais poroso, o que aumenta sua capacidade de adsorção (não confundir com absorção) de diferentes substâncias.

Adsorção é o nome dado ao processo em que moléculas ou átomos aderem a uma superfície — neste caso, aos filtros ou pastilhas de carvão ativado, que atuam como uma “esponja” para as substâncias indesejadas.

Graças a essa característica, ele é uma boa pedida para filtros de água, ar, e também no formato de pastilhas que são ingeridas em caso de intoxicação.

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Quais são os usos do carvão ativado?

O carvão ativado é indicado para casos de intoxicação por alimentos, alguns medicamentos e determinados produtos químicos. A utilização deve ser feita sob orientação médica, já que ele não é efetivo em todos os casos. Os resultados são melhores quando a aplicação é feita até uma hora após a exposição à substância tóxica.

Em geral, o uso é feito por meio de pastilhas ou comprimidos ingeridos por via oral. A dosagem e frequência são feitas conforme prescrição do profissional de saúde que está cuidando do caso, podendo haver indicação para o uso mais de uma vez ao dia ao longo de um período definido.

Carvão ativado para dentes e para cachorros: funciona?

As propriedades que fazem o carvão ativado ser empregado em seres humanos também são estudadas na medicina veterinária, e o uso pode ser indicado para cachorros e gatos que ingeriram algo inadequado. Novamente, aqui, valem as mesmas recomendações: os melhores resultados são obtidos com o uso até uma hora depois da exposição à toxina, e não se deve fazer uso prolongado.

Tanto para humanos quanto para animais, o carvão ativado é uma medida emergencial e deve-se sempre contar com avaliação profissional para a continuidade do tratamento, que pode exigir outras abordagens até o quadro ser sanado. O uso inadequado em animais pode ser fatal, então não utilize sem supervisão.

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+Leia também: Como oferecer petiscos ao cachorro sem prejudicar sua saúde

Já em relação ao uso do carvão ativado para a limpeza dental, não há evidências científicas robustas de que ele contribua para uma melhor saúde bucal, seja de forma isolada ou em cremes dentais com outras substâncias. Pelo contrário: como o carvão ativado tem características abrasivas, seu uso prolongado poderia, inclusive, favorecer um maior desgaste do esmalte dentário.

Contraindicações ao carvão ativado

O carvão ativado não deve ser usado em crianças menores de 2 anos, por pessoas com histórico de obstruções intestinais ou com deficiência na absorção de nutrientes. Gestantes e lactantes só devem utilizá-lo sob orientação médica.

Ele também não é efetivo para intoxicações por líquidos corrosivos e metais pesados, entre outras substâncias, devendo ser evitado nesses casos.

Além disso, mesmo quando há indicação médica para o uso de carvão ativado, ele ainda pode provocar efeitos colaterais indesejados, como vômitos, diarreia ou prisão de ventre. O uso prolongado deve ser sempre evitado e, em caso de sintomas inesperados, deve-se suspender a utilização e consultar um médico.

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