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Nova diretriz orienta sobre câncer de cabeça e pescoço

Pesquisadores do Brasil e de outros países criaram 48 recomendações para o diagnóstico e tratamento destes tumores baseadas na realidade da América Latina

Por Lucas Rocha
Atualizado em 5 jul 2024, 15h58 - Publicado em 5 jul 2024, 13h49
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Câncer de cabeça e pescoço apresenta alta mortalidade no Brasil (Foto: Freepik/Divulgação)
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O Brasil deve registrar quase 40 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço em 2024, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), incluindo os tumores de cavidade oral, tireoide e laringe.

Julho é o mês de conscientização sobre a doença, que apresenta um elevado índice de mortalidade no país, empurrado principalmente pelo diagnóstico em estágio avançado, fator que dificulta o tratamento. Entre os principais fatores de risco estão o tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

A busca por padronizar a conduta médica e aumentar a eficiência no cuidado dos pacientes uniu dezenas de pesquisadores brasileiros e estrangeiros.

Juntos, eles adaptaram protocolos internacionais sobre o tema à realidade da América Latina, gerando um consenso sobre o tratamento da enfermidade na região. O texto, publicado na revista JCO Global Oncology, representa um marco, segundo especialistas.

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+ Leia também: Tratamento não cirúrgico abre perspectivas para o câncer de tireoide

“Este consenso foi baseado na literatura internacional, de dados consistentes e concretos, e fundamentalmente na escolha do que será mais adequado ao paciente latino-americano, dentro do contexto onde ele é habitualmente tratado”, frisa o médico-cirurgião Fernando Dias, chefe do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

O conjunto de cientistas considerou as limitações de recursos em parte das unidades de saúde latino-americanas e incorporaram as possíveis restrições práticas ao documento.

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“Esse documento vai ajudar muito os especialistas que lidam com câncer de cabeça e pescoço a tomarem as melhores decisões possíveis para os seus pacientes”, avalia o médico-cirurgião Renan Lira, coordenador da pós-graduação em Cirurgia Robótica de Cabeça e Pescoço do Ensino Einstein.

Ao todo, são apresentadas no texto 48 recomendações relacionadas à avaliação do tumor, como a fase de desenvolvimento (estadiamento) e análise histopatológica (dos tecidos), além de considerações acerca do tratamento.

Uma das orientações aborda, por exemplo, a possibilidade de uso da tomografia computadorizada no lugar da ressonância magnética para diagnosticar a evolução desse tipo de tumor em um cenário de recursos limitados. A primeira técnica é mais acessível e de menor custo em comparação com a segunda.

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Outro tópico sugere que todos os pacientes cuja doença seja associada ao tabaco devem ser cuidadosamente avaliados para excluir a hipótese de novo câncer na região da laringe, faringe e boca.

+ Leia também: Código Latino-Americano e Caribenho contra o Câncer traz 17 recomendações

câncer de cabeça e pescoço
Tumores de cabeça e pescoço também estão relacionados a tabagismo, abuso de álcool e infecções pelo HPV (Ilustração: Erika Onodera/SAÚDE é Vital)

Evidências científicas

Até a publicação do texto, as duas referências adotadas eram dos Estados Unidos e da Europa, baseadas em realidades diferentes da região da América Latina.

“O que funciona para pacientes do hemisfério Norte não necessariamente pode ser a melhor opção aos nossos pacientes, que habitualmente apresentam condições clínicas, como bem-estar geral, comorbidades e desnutrição, completamente diferentes em comparação aos Estados Unidos e Europa”, pontua Dias.

A ideia da proposta surgiu da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) ainda em 2021. Durante a elaboração, o projeto ganhou novas proporções e passou a englobar também especialistas de países como Peru, Uruguai, Argentina, Colômbia, Canadá, Chile, México, Paraguai, Estados Unidos, Escócia e França.

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Para alcançar as novas diretrizes assistenciais, os cientistas adotaram o chamado método Delphi, como explica o cirurgião Leandro Luongo Matos, professor do curso de medicina do Ensino Einstein e primeiro autor do consenso.

“A metodologia envolve a divisão do consenso em uma série de dúvidas clínicas, da prática das especialidades envolvidas. Essas perguntas foram respondidas baseadas em evidências científicas por uma dupla de especialistas da América Latina. Depois, foi feita uma rodada de votações dos outros membros, que podiam concordar ou não com as condutas”, detalha Matos.

A equipe partiu do princípio de que os centros de saúde podem seguir adotando a diretriz europeia ou norte-americana se tiverem condições para isso, e ponderou outras opções em situações de ausência de recursos.

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“A ideia do consenso é de trazer a melhor evidência possível aliada à realidade de um lugar de alta demanda e de auxílios limitados”, afirma Matos.

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