Com o envelhecimento, as células de defesa em geral deixam de proteger o corpo com eficiência máxima. Essa queda na imunidade é um prato cheio para o herpes-zóster, condição causada pela reativação do vírus da catapora e que provoca dores intensas. Agora, um estudo da Universidade de Ulsan, na Coreia do Sul, aponta que a doença está relacionada a um aumento no risco de ataques cardíacos e derrames.
Ao total, 519 880 participantes foram acompanhados durante dez anos, sendo que 23 233 apresentaram o problema. Segundo os pesquisadores, o risco de esse grupo sofrer uma parada no coração ou ter um AVC foi 35 e 41% maior, respectivamente. Esses números perduram por até um ano depois do aparecimento da infecção — os índices vão diminuindo com o tempo.
Os resultados, como explicam os especialistas, são intrigantes. Ainda não se sabe ao certo o que está por trás da relação, porém algumas observações indicam um caminho. Por exemplo: os integrantes infectados pelo vírus também possuíam uma maior propensão a diabetes, hipertensão e colesterol alto, fatores que ameaçam a saúde cardiovascular.
Ou seja, talvez seja o quadro geral do indivíduo que influi tanto no desenvolvimento do herpes-zóster como nas panes cardíacas. Por outro lado, os portadores da disfunção se exercitavam mais, faziam parte de uma classe socioeconômica mais elevada e tinham inclinação menor ao tabagismo e ao consumo de álcool.
Enquanto os cientistas não desvendam esse mistério, Sung-Han Kim, coordenador do trabalho, faz um alerta: “É importante que os médicos conscientizem os pacientes sobre esse perigo”. Vale a pena ressaltar que existe uma vacina específica contra o herpes-zóster. Ela está disponível nas clínicas particulares do país e é recomendada especialmente para os maiores de 50 anos.