Treino de mobilidade: o que é, como fazer e quais os benefícios
Prática recomendada para atletas e esportistas amadores favorece a movimentação das articulações em toda a sua amplitude

O comportamento sedentário está associado a um maior risco de desenvolvimento de diabetes, doenças cardiovasculares e câncer, e da mortalidade em geral.
Mas não é só isso. Quando o corpo fica parado por muito tempo é como se as estruturas começassem a “enferrujar”. Para além dos benefícios da atividade para a saúde física e mental — amplamente conhecidos, este texto trata da capacidade de realizar movimentos.
Você já sentiu que não consegue esticar o corpo tão bem assim? Isso pode ser melhorado a partir do treino de mobilidade, que favorece a movimentação das articulações em toda a sua amplitude.
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O que é o treino de mobilidade?
O treino de mobilidade reúne um conjunto de exercícios que contribuem para aperfeiçoar tanto a amplitude quanto o controle dos movimentos das articulações.
“Ao contrário dos alongamentos, que apenas esticam o músculo, a mobilidade envolve movimentos ativos, coordenação e até força em toda a amplitude articular”, resume o ortopedista e médico do esporte João Polydoro, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Nessa seara, ganham principalmente as regiões dos ombros, dos quadris e dos tornozelos, que são mais propensas à rigidez, tanto pelo estresse do cotidiano, quanto pela inatividade física.
Sabe aquela sensação de peso sobre os ombros após uma semana cansativa de trabalho? Pois é, tem fundamento.
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Entre os exercícios mais comuns estão:
- realização de círculos com os ombros e braços;
- movimentação dos quadris em diversas direções;
- agachamento e flexão do tronco (walkouts);
- alongamentos dinâmicos com elásticos e mini bands.

Quais os benefícios do treino de mobilidade?
Para colher os frutos do treino de mobilidade não é necessário ser um atleta. Esportistas profissionais e amadores podem se beneficiar da prática.
“A atividade melhora a postura, reduz dores musculares e articulares, além de prevenir lesões. Aprimora a performance no esporte e facilita a realização das mais diversas atividades no dia a dia”, elenca Polydoro.
Ou seja, alcançar aquele objeto no alto de uma prateleira pode ser uma tarefa bem menos trabalhosa. Assim como carregar uma caixa cheia de livros durante uma mudança. O corpo agradece.
“Muitas dores e lesões surgem porque o corpo perde a capacidade de se mover como deveria. Então, a mobilidade ajuda a restaurar essa função, evita compensação e sobrecarga muscular das articulações em geral”, frisa. “No idoso, mantém a independência funcional, melhora o equilíbrio e ajuda a prevenir quedas”, acrescenta o ortopedista.
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Treinos curtos e acessíveis
De maneira geral, o treino de mobilidade é seguro e não apresenta restrições. “Claro, é importante que o plano de exercício seja adaptado em casos de dores intensas ou lesões articulares. É preciso observar cada situação e idade”, pontua o médico.
O especialista recomenda que o exercício seja encaixado na rotina, respeitando os limites de cada pessoa e com orientação profissional.
“O que funciona é manter a consistência do treino, não adianta fazer uma vez ou outra. Por fim, o treino de mobilidade merece mais atenção porque ele devolve ao corpo a capacidade de se mover bem, algo que a gente só percebe quando perde, principalmente quando temos alguma dor ou limitação física”, conclui.