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Menos movimento, mais tristeza na pandemia

Pessoas que passaram a se mexer pouco por causa da Covid-19 também apresentaram maior risco de desenvolver depressão

Por Theo Ruprecht
6 jun 2021, 11h36
Computador ao lado de haltéres em uma mesa
A falta de atividade física foi associada a um maior risco de depressão. (Fotos: T_kimura/Getty Images)
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Em 2019, quando ninguém conhecia o coronavírus, cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, distribuíram a 682 jovens adultos aquelas pulseiras que medem os passos e as horas de sono. Quando o Sars-CoV-2 deu as caras, foi possível acompanhar a flutuação desses dados — e cruzá-los com questionários de saúde mental que os voluntários já vinham preenchendo.

Resultado: enquanto a média de passadas caiu de 10 mil para 4 600, a quantidade de participantes em risco para a depressão saltou de 46 para 61%. Mas quem manteve bons níveis de atividade física ficou distante do distúrbio psiquiátrico. “A pandemia intensifica o elo entre hábitos saudáveis e bem-estar”, resume a economista Sally Sadoff, uma das autoras do estudo.

Hipótese alternativa

Faz sentido que sintomas depressivos sejam aplacados com a prática esportiva. Os resultados do artigo, no entanto, abrem margem para outra teoria: não é o exercício que reduz a melancolia, e sim o oposto. Ou seja, parte dos indivíduos ficaria entristecida pelo caos sanitário e, com isso, perderia o ânimo para dar suas mexidas por aí. Só outros levantamentos resolverão qual raciocínio o correto (ou se ambos são verdadeiros, ao menos em parte).

O efeito Covid-19

Números encontrados na pesquisa americana

  • Com a pandemia, os voluntários passaram a dormir 30 minutos a mais.
  • O tempo dedicado à socialização caiu pela metade — menos de meia hora por dia.
  • O período voltado a telas (televisão, celular…) dobrou, ultrapassando as cinco horas por dia.
  • A média de passos diários caiu de 10 mil para 4 600 com o início da crise do coronavírus.
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