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Hipertrofia do miocárdio, a principal causa de morte súbita em atletas

Essa doença causa o espessamento da parede do coração, o que aumenta o risco de arritmia e parada cardíaca durante exercícios de alta intensidade

Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein*
8 set 2022, 13h34
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  • Há pouco mais de um mês, a morte inesperada do empresário e triatleta amador João Paulo Diniz, aos 58 anos, chamou a atenção para a “dobradinha” exercícios físicos e saúde do coração.

    Pai de João Paulo, Abílio Diniz conta em seu livro “Caminhos e Escolhas – o equilíbrio para uma vida mais feliz” (clique para comprar) que o filho tinha o diagnóstico de hipertrofia do miocárdio, uma doença cardíaca. Mas afinal, o que é essa condição e quais riscos ela impõe para quem faz exercícios?

    “Trata-se de uma alteração genética que nem sempre é diagnosticada na infância ou adolescência. A doença é silenciosa e a pessoa pode passar anos assintomática e descobrir apenas durante um check-up”, explica Leandro Echenique, cardiologista do esporte do Hospital Israelita Albert Einstein.

    Segundo Echenique, a cardiomiopatia hipertrófica é caracterizada pelo espessamento da parede do músculo cardíaco e, consequentemente, pelo aumento do tamanho do coração. Assim, o coração fica sobrecarregado e mais suscetível a desenvolver arritmias graves e possíveis paradas cardíacas.

    +Leia também: Quem tem problemas cardiovasculares precisa avisar o dentista

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    Comum em atletas

    A morte súbita cardíaca ocorre de forma inesperada e é causada pela perda da função do músculo cardíaco. A incidência na população geral é baixa (em torno de 1%), mas a miocardiopatia hipertrófica é a principal causa de morte súbita entre atletas com menos de 35 anos de idade, justamente quando estão no auge da carreira.

    É importante destacar que a prática de atividade física é um fator de proteção contra doenças cardiovasculares para a maioria da população. De acordo com Echenique, ela não é contraindicada para quem é diagnosticado com miocardiopatia, mas os exercícios precisam ser de intensidade leve a moderada e é necessário acompanhamento médico.

    “Há estudos que mostram que a doença está associada a casos de morte súbita durante a realização de exercícios de alta intensidade”, alerta Echenique. 

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    Sinais e sintomas

    O diagnóstico é feito pelo exame físico e sintomas, mas é corroborado após a realização de exames como eletrocardiograma e ecocardiograma. Em alguns casos mais complexos, recomenda-se também a realização de uma ressonância magnética do coração.

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    O tratamento é individualizado, com uso de medicações para reduzir o surgimento das arritmias e de sobrecarga no coração. Uma minoria dos pacientes vai precisar de cirurgia. Nos casos mais graves e com alto risco de morte súbita, pode ser necessário o implante de um CDI (cardiodesfibrilador implantável) – um aparelho colocado por baixo da pele e que dá um choque no coração do paciente se houver uma parada cardíaca.

    *Este conteúdo é da Agência Einstein

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