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Efeito sanfona é associado a maior risco de parada cardíaca

Não é só a obesidade que ameaça o peito. Um novo estudo liga o vaivém constante do peso a panes no coração

Por Theo Ruprecht
Atualizado em 17 nov 2016, 18h00 - Publicado em 17 nov 2016, 17h39
 (Foto: Eduardo Svezia/)
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Em geral, a maior dificuldade que temos não é em emagrecer, mas em preservar a forma física alcançada. Pois um trabalho do Memorial Hospital of Rhode Island, nos Estados Unidos, indica que oscilações acentuadas no peso podem afetar significativamente a saúde cardiovascular das mulheres.

No trabalho, 158 063 voluntárias na pós-menopausa foram acompanhadas por 11 anos em média. Os cientistas, então, dividiram-nas em quatro grupos: as que sempre se mantiveram magras, as que acumularam quilos de pouco em pouco, as que enxugaram a cintura e seguiram assim e, por último, as que sofriam com o famoso efeito sanfona. Ao analisar o número e a causa das mortes em cada turma, surpreendeu o fato de que as mulheres com variações constantes na forma física exibiram um risco 3,5 vezes maior de morrer por parada cardíaca em comparação com as participantes que permaneceram magras ao longo da pesquisa.

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Contudo, esse dado só vale para as pessoas magras que, por algum motivo, começaram a apresentar o efeito ioiô durante o experimento. Entre as obesas, eventuais flutuações, mesmo quando acentuadas, não foram associadas a um risco adicional de morrer de um problema no coração. Mas calma: em comparação com as constantemente magras, as mais cheinhas possuíam, sim, uma probabilidade maior de falecer em decorrência de encrencas no peito. Isso significa que a gordura de sobra perene também traz prejuízos, como muitos outros estudos reforçam.

Apesar de o levantamento contar com um enorme número de voluntárias, seus autores destacam que ele não estabelece uma relação de causalidade — ou seja, não dá para saber de fato se foi o efeito sanfona que aumentou o número de mortes por parada cardíaca. Outra limitação reside no fato de que somente foram avaliadas participantes na pós-menopausa. Isso quer dizer que é errado estender os achados a mulheres mais jovens ou homens em geral. Ainda assim, convém batalhar contra esse vaivém da forma física, uma vez que outros experimentos sugerem que ele promove um estado inflamatório capaz de desencadear diversas enfermidades.

“Essas oscilações são uma preocupação global emergente ligada às tentativas de emagrecimento”, afirmou Somwail Rasla, um dos expert que assina o artigo, em um comunicado à imprensa. Em outras palavras, é necessário entender que ajustes na rotina que visam buscar mais saúde — e, consequentemente, perda de peso — não devem ser encarados como um processo com início, meio e fim. O ideal é buscar um estilo de vida equilibrado ao longo da vida inteira (o que não significa a abolição de sobremesas e outros prazeres), em vez de tentar buscar uma solução mágica com dietas radicais.

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