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Vacinação na pandemia de coronavírus: 5 dicas pra tomar as doses sem risco

Entidades traçam orientações sobre como manter a carteirinha de vacinas atualizada em época de coronavírus e isolamento social

Por André Biernath
Atualizado em 10 ago 2020, 18h35 - Publicado em 8 jul 2020, 17h25
quem deve tomar vacina coronavirus
A pandemia não é desculpa para deixar de se vacinar contra outras doenças. (Foto: Nikilitov/iStock)
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Por mais urgente e perigosa que seja, a Covid-19 não é a única doença infecciosa a assolar o país nos últimos tempos. Em razão das baixas coberturas vacinais, o sarampo voltou a ser um problemão em várias partes do globo, inclusive em algumas cidades brasileiras. “Em meio à pandemia de coronavírus, temos mais de 3 500 casos de sarampo confirmados por aqui em 2020”, informa a médica Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Para piorar, a taxa de vacinação contra a poliomielite, a popular paralisia infantil, nunca esteve tão baixa. “Dados da cidade de Porto Alegre indicam uma queda de 20% na imunização contra a pólio e 27% na tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. E olha que esses números já não eram ideais nos últimos anos”, calcula Isabella. 

O próprio Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que, em razão da pandemia, mais de 117 milhões de crianças de 37 países diferentes deixarão de receber suas vacinas. Essa queda abrupta pode representar um perigo: com menos gente protegida, existe o risco de retorno de algumas doenças que estavam eliminadas, como a própria poliomielite, ou relativamente controladas, caso do sarampo. 

Preocupados com a situação, Unicef, SBIm e Sociedade Brasileira de Pediatria se uniram para criar uma cartilha que orienta profissionais de saúde e a população sobre como realizar a imunização de forma efetiva e segura, controlando os riscos de contágio pelo coronavírus. Abaixo, separamos cinco orientações básicas que todos nós, como cidadãos, devemos seguir para fazer nossa parte e manter a carteirinha em dia:

1. Planeje sua visita ao posto de vacinação

Dados do Ministério da Saúde mostram que o Brasil possui 37 mil postos de vacinação de rotina espalhados em seu território. Para evitar deslocamentos desnecessários, busque aquele que se encontra mais próximo de sua residência. Se possível, tente ligar para a unidade e se informe sobre os horários de menor movimento. Assim, você evita as aglomerações.

Algumas cidades brasileiras vêm testando estratégias criativas e inteligentes para imunizar o povo. Você deve ter visto notícias sobre uma iniciativa de drive thru durante a campanha de vacinação contra a gripe, por exemplo. O agente de saúde se dirigia até os carros e aplicava a dose que resguarda contra o vírus influenza pela janela do veículo mesmo, sem que o sujeito precisasse descer e aguardar dentro do postinho.

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“Outra ideia é realizar campanha de casa em casa, com os profissionais das prefeitura nas ruas tomando todas as precauções. Desse modo, você já vacina de uma só vez gestantes, idosos, crianças…”, acrescenta a pediatra Francisca Maria Andrade, uma das representantes do Unicef no Brasil.

2. Use máscaras de tecido e tome cuidado com a higiene

Assim que você souber o melhor dia e horário para realizar a sua vacinação, a ida até o posto de saúde deve respeitar todas as orientações básicas de prevenção do coronavírus. Evite tocar em objetos e lave sempre as mãos com água e sabão ou álcool em gel. Mantenha uma distância de dois metros dos outros transeuntes. Cubra boca e nariz com máscaras de tecido o tempo todo (não vale colocar a peça no queixo, hein!). Se tiver um tempo de espera para tomar as doses do imunizante, permaneça em locais abertos ou com boa ventilação.

Caso tenha levado uma criança para atualizar a carteirinha, transmita a ela as mesmas diretrizes básicas a fim de evitar o contágio. Por mais que quadros graves de Covid-19 sejam raros entre os mais jovens, eles podem transmitir o vírus para outras pessoas ao redor. As máscaras de tecido, aliás, são contraindicadas para os menores de 2 anos por causa do risco de sufocamento. “Os pequenos ficam protegidos com o respeito ao distanciamento mínimo de dois metros e pelos cuidados de seus pais ou responsáveis”, orienta Isabella, que também é coordenadora científica do documento recém-publicado. 

3. Busque orientações no seu município

Por mais que as diretrizes detalhadas na cartilha possam ser colocadas em prática de forma geral, cada cidade tem uma realidade e está num estágio diferente da curva de casos e mortes pela Covid-19. “O que serve para a capital de São Paulo muitas vezes não se aplica em Granjeiro, no interior do Ceará”, exemplifica Francisca.

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Num momento em que os números mudam rapidamente e novas recomendações de fechamento ou reabertura das atividades são editadas por prefeitos e governadores, vale ficar de olho no noticiário local e procurar informações sobre o funcionamento dos serviços de saúde. Num cenário de fechamento total (ou lockdown, como é chamado por aí), os postos de vacinação não ficam abertos ou têm uma operação restrita. Com informações atualizadas, você não sai de casa de bobeira para se deparar com portas fechadas.

4. Está com sintomas? Melhor postergar a vacina…

Que fique claro: estar infectado com o coronavírus não diminui o poderio de outras vacinas. Em tese, não existe contraindicação de tomar as suas doses mesmo diante de um quadro com sintomas sugestivos de Covid-19, como tosse, febre e congestão nasal. Mesmo assim, a sugestão dos especialistas é aguardar pela melhora por alguns dias antes de sair de casa e se dirigir ao posto de saúde.

Isso tem a ver com a nossa responsabilidade social: quem está com incômodos respiratórios precisa permanecer em completo isolamento por ao menos 14 dias para não colocar os outros em perigo. Afinal, um quadro leve num indivíduo relativamente saudável pode se traduzir em falta de ar e necessidade de respiradores ou UTI numa pessoa que integra os grupos de risco.

5. Procure saber quais doses faltam para completar seu esquema vacinal

Essa última dica vale para tempos de pandemia, mas também para a vida normal: vacina não é só coisa de criança e idoso. Há doses que devem ser tomadas em qualquer fase da vida, inclusive em adolescentes e adultos. É importante que cada um faça a sua parte pelo bem de sua própria saúde, mas também para evitar que vírus e bactérias circulem desnecessariamente por toda a comunidade. 

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Para saber quais doses necessitam de uma atualização ou reforço, acesse o site da SBIm. Lá, você encontra calendários completos e quais imunizantes estão disponíveis a todos na rede pública.

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