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Pimenta-de-macaco: saiba para que serve a planta

Nome popular se refere a espécies bem diferentes, mas ambas são estudadas pelo potencial antimicrobiano

Por Maurício Brum
23 jul 2025, 14h17
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Piper aduncum é uma das espécies chamadas de pimenta-de-macaco (João Medeiros/Wikimedia Commons)
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Mesmo se você já ouviu falar da pimenta-de-macaco, talvez se surpreenda com a informação a seguir: esse nome é usado popularmente para se referir a duas plantas bem diferentes entre si.

Ou seja: se a sua ideia é saber os benefícios em potencial dela para a saúde, primeiro é preciso ter certeza de qual das “pimentas-de-macaco” estamos falando.

Entenda melhor a distinção e o que a ciência tenta descobrir a respeito.

As diferentes pimentas-de-macaco

Há duas plantas principais que costumam receber o apelido de pimenta-de-macaco. A primeira delas é a espécie Piper aduncum, também chamado de mático, jaborandi-do-mato ou aperta-ruão, entre outros nomes. Mas, dependendo do lugar do Brasil onde você está, pimenta-de-macaco também pode ser o nome da Xylopia aromatica, uma espécie também chamada de embira, pimenta-de-bugre ou pachinho.

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Xylopia aromatica também é chamada de pimenta-de-macaco (João Medeiros/Wikimedia Commons)
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A Piper aduncum é mais comum na região amazônica, enquanto a Xylopia aromatica é mais presente no Cerrado. Ou seja: quando ouvir o nome popular da planta, uma boa ideia é se situar no mapa para obter uma pista da espécie que realmente está sendo mencionada.

Enquanto a Piper aduncum é uma piperácea mesmo, ou seja, bem mais próxima taxonomicamente daquilo que se consideraria uma “pimenta”, a Xylopia aromatica vai por outro caminho: uma anonácea, ela tem um parentesco mais íntimo com plantas que rendem frutos famosos, como a graviola ou a fruta-do-conde.

Daí já dá para ter uma ideia de que, dependendo da espécie que estamos tratando, o interesse para a saúde pode ser bem diferente.

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Elas têm algum benefício à saúde?

A pimenta-de-macaco amazônica, a Piper aduncum, é usada tradicionalmente pelos povos originários da floresta como um antisséptico natural. O segredo estaria no dilapiol, um composto com potencial anti-infeccioso e antiparasitário encontrado nos óleos dessa planta.

O benefício é potencializado quando se extrai diretamente o óleo essencial, bem mais concentrado. Embora sejam necessários mais estudos para determinar as doses mais seguras e efetivas em seres humanos, esse possível benefício tem sido demonstrado em uma série de análises. Uma pesquisa da Embrapa, por exemplo, demonstrou a capacidade do óleo de substituir medicamentos para combater parasitas em peixes.

A Xylopia aromatica também tem uso popular em busca de seus potenciais antimicrobianos, mas, em vez de combater ferimentos e úlceras, é mais estudada pelo potencial contra doenças específicas. Um trabalho de revisão publicado no começo deste ano apontou que há partes da planta “que podem ser úteis no tratamento de doenças como leishmaniose, doença de Chagas e malária“.

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No entanto, vale sempre lembrar, estudos do tipo buscam analisar o potencial de compostos extraídos nas plantas, e como eles podem vir a ser utilizados para uma futura produção de medicamentos. Ainda que o vegetal em si permita a extração caseira de seus óleos, isso sempre costuma ocorrer em concentrações muito menores, o que reduz drasticamente seu potencial. Nunca utilize qualquer planta sem aval médico nem como substituta para um tratamento de saúde convencional.

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