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O repórter André Biernath desenterra o passado e vislumbra o futuro da arte (e da ciência) da Medicina
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Repare: todo ano que termina em oito traz uma grande inovação na medicina

Conheça as principais novidades das décadas passadas — de técnicas cirúrgicas revolucionárias a remédios que melhoraram a vida gerações de pacientes

Por André Biernath
Atualizado em 4 ago 2018, 11h13 - Publicado em 4 ago 2018, 11h13
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  • Na tradição chinesa, não existe número que traga mais sorte que o oito. Representação de prosperidade e sucesso, ele é adorado e bem-visto por todos os cidadãos do país asiático. Superstições à parte, uma coisa que chamou minha atenção nos últimos meses é a quantidade de datas redondas de aniversário alusivas a marcos na medicina comemoradas ao longo de 2018. É o caso, por exemplo, da criação de marca-passos cardíacos em 1958 ou do lançamento do citrato de sildenafila, droga prescrita para a disfunção erétil, que chegou ao mercado há 20 anos.

    Confira abaixo grandes avanços que aconteceram nos anos que terminam em oito:

    Antibióticos (1928)

    Quando o cientista britânico Alexander Fleming (1881 – 1955) voltou ao seu laboratório após um período de férias, notou um estranho crescimento de um fungo chamado Penicillium notatum numa placa de vidro. Surgia, assim, a penicilina, o primeiro antibiótico da história. Até então, não existia nenhum tratamento capaz de combater as infecções bacterianas. Essa classe farmacológica salvou milhões de vidas de lá para cá.

    Terapia de choque (1938)

    Os médicos italianos Ugo Cerletti (1877 – 1963) e Lucio Bini (1908 – 1964) foram os primeiros a testar a aplicação de uma corrente elétrica na cabeça de pacientes com transtornos psiquiátricos. No começo, a técnica era muito brutal e trazia mais efeitos colaterais do que benefícios, o que contribuiu para estigmatizar a eletroconvulsoterapia. Hoje em dia, ela evoluiu bastante e ficou mais segura. Seu uso é indicado quando outros tratamentos não dão conta do recado. 

    Analgésico (1948)

    Apesar de ser conhecido desde o século 19, o mecanismo de ação do paracetamol só foi elucidado mesmo nesta data. Prescrito para aliviar a dor e a febre, ele está hoje na lista dos remédios mais vendidos em boa parte do planeta. Só não vale tomá-lo sem a orientação do médico: o uso indiscriminado pode causar sérias lesões no fígado

    Marca-passo (1958)

    Imagine instalar um pequeno aparelho no coração que, ao ser ligado, consegue fazer o músculo cardíaco voltar a bater no ritmo certo. Pois essa foi a proeza do cirurgião sueco Ake Senning (1915 – 2000) há exatos 60 anos. O primeiro paciente a receber uma tecnologia do tipo foi seu conterrâneo Arne Larsson, engenheiro de 40 anos que sofria uma dificuldade de bombeamento do sangue. O primeiro dispositivo pesava 60 gramas. As peças atuais não chegam a ter 15 gramas.

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    Transplante cardíaco no Brasil (1968)

    Uma década depois dos marca-passos, chegava a vez de trocar um coração inteiro. A equipe do cardiologista Euryclides de Jesus Zerbini, do Hospital das Clínicas de São Paulo, foi pioneira ao realizar uma operação do tipo na América Latina — a primeira de todas ocorreu apenas cinco meses antes, na África do Sul. O boiadeiro João Ferreira da Cunha foi o paciente do procedimento em terras brasileiras.

    Fertilização in vitro (1978)

    Em 25 de julho de 1978, no Reino Unido, nasceu a pequena Louise Brown, o primeiro bebê de proveta da história. Após diversas tentativas fracassadas — os embriões morriam antes da décima semana de gestação — os cientistas superaram as barreiras para fecundar um óvulo de maneira artificial. Desde então, mais de 5 milhões de crianças foram geradas utilizando essa técnica.

    Transplante de células-tronco (1988)

    Paris, capital da França, foi palco do primeiro transplante de células-tronco de cordão umbilical. O beneficiado foi um indivíduo que sofria de anemia de Fanconi, doença genética marcada por anomalias no esqueleto e maior risco de câncer. As células-tronco se concentram em algumas regiões do corpo (principalmente na medula óssea) e têm a capacidade de se transformar em outros tipos de célula do corpo humano. O êxito parisiense abriu perspectivas para que, atualmente, mais de 70 doenças fossem tratadas com esse tipo de terapia. 

    Citrato de sildenafila (1998)

    Ele surgiu como um candidato a remédio para o coração. Porém, durante as pesquisas, os voluntários relatavam um estranho efeito colateral: uma ereção involuntária.  A famosa pílula azul foi criada pela farmacêutica Pfizer e promoveu uma verdadeira revolução de costumes. Homens mais velhos com um desempenho decepcionante na cama finalmente ganhavam uma ajudinha por meio de um comprimido.

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    Transplante facial (2008)

    Em 2004, a americana Connie Culpe levou um tiro no rosto. O autor do crime foi seu próprio marido. Apesar de sobreviver ao trauma, ela tinha sérias dificuldades para respirar pelo nariz e mastigar os alimentos. Quatro anos depois, Connie foi submetida a uma cirurgia de reconstrução que durou 22 horas, na Clínica Cleveland. O procedimento foi um sucesso.


    Diante de tantos avanços importantes no passado, o que podemos esperar para 2018? Deixe o seu palpite nos comentários abaixo, no Facebook ou no Twitter!

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