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Como anda sua saúde mental? O psicólogo e psicanalista Francisco Nogueira, membro efetivo do Departamento Formação em Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae e cocriador da consultoria Relações Simplificadas, reflete sobre as questões da mente humana para lidarmos melhor com os desafios do mundo de hoje

Saúde mental no trabalho: mudanças legais representam desafios a empresas

Alterações também exigem o comprometimento dos próprios trabalhadores no entendimento e construção de estratégias para lidar com a questão

Por Francisco Nogueira
1 Maio 2025, 04h00
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Mudanças que responsabilizam as organizações pelos riscos psicossociais são trabalhosas (Foto: Veja Saúde/Veja Saúde)
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Levar conhecimentos acerca do funcionamento do psiquismo para o mundo empresarial sempre fez sentido em minha atuação profissional, a partir da singela observação de que os trabalhadores também são pessoas que estão suscetíveis ao sofrimento.

Neste universo corporativo, mesmo que o sofrimento psíquico costume estar disfarçado e enfrente resistências e preconceitos, não é preciso mais do que um esforço de observação para percebê-lo.

Os dados confirmam essa observação. A Previdência Social registrou um aumento de 67% de afastamentos em decorrência de transtornos mentais. Mais de 472 mil pessoas se afastaram do trabalho devido aos transtornos mentais entre 2023 e 2024.

É pela observação e por dados como esse que o risco psicossocial no ambiente de trabalho vem se tornando uma grande preocupação para as empresas. O crescente aumento da importância do tema vem sendo acompanhado de um número cada vez maior de regulamentos e legislações, no Brasil e no mundo.

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É o caso da atualização da NR-1 (Norma Reguladora 1), da Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho ou da Lei de Empresa Promotora da Saúde Mental.

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O objetivo principal é organizar as responsabilidades que os empregadores têm sobre os sofrimentos psíquicos nos trabalhadores. Isto é, essas normas buscam ressaltar o fato de que o ambiente de trabalho, dentro das estruturas estabelecidas na maioria das empresas, pode afetar e ter sua parte na geração das doenças mentais dos trabalhadores.

Neste contexto, as novas exigências sobre as empresas fazem com que muitas delas comecem a buscar formas de avaliar e reorganizar sua forma de trabalho, de modo a diminuir os riscos psicossociais. Existem inúmeras formas para isso, e também muitos tipos de atividades e treinamentos que podem ser úteis nesse momento.

Mas, independentemente do caminho, é essencial que mudanças, atividades e treinamentos estejam integrados e sejam adotados a partir de uma visão estratégica. Diminuir os riscos psicossociais não é um “trabalho da área de saúde” ou “da área de RH” da empresa, ainda que essas áreas possam liderar e orientar o processo.

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É um tema transversal e, portanto, deve ser planejado e adotado por todas as áreas e níveis hierárquicos da companhia, sempre aconselhados por profissionais de saúde mental.

Um dos riscos que as empresas correm ao não adotarem uma visão estratégica e optarem por treinamentos adaptativos, ou seja, que visam adaptar o trabalhador a um contexto que muitas vezes lhe faz mal.

Informação e formação são essenciais, mas para desfechos realmente significativos, é preciso um compromisso que leve as pessoas e a organização do trabalho da empresa a outros níveis de resultados.

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As mudanças legais que responsabilizam as organizações pelos riscos psicossociais no local de trabalho são trabalhosas para as empresas, os órgãos públicos e os profissionais do setor. Também exigem o comprometimento dos próprios trabalhadores no entendimento e construção de estratégias para lidar com a questão.

Estes fatores constituem um cenário favorável à circulação dos saberes psis e da desconstrução de estigmas e preconceitos contra os fenômenos relacionados ao sofrimento psíquico e à loucura, mas também é um momento bom para o olhar estratégico na gestão de pessoas, no comprometimento com projetos estruturados por profissionais da área e de longo prazo.

É preciso pensar em serviços não apenas informativos, formativos ou adaptativos, mas transformadores, capazes de influenciar positivamente a realidade da organização do trabalho e das relações no ambiente de trabalho.

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São serviços cujos desdobramentos agregam valor para a vida do trabalhador, devolvendo a ele a oportunidade de se engajar em um processo de emancipação, marcado pelo estado de satisfação com sua carreira. Que, seja ela qual for, será onde ele se sentir mais realizado que ele sofrerá menos de males psíquicos e provavelmente será mais produtivo.

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