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Dia Mundial Sem Tabaco: 35% ignoram risco do cigarro ao coração

Em um país onde 33 mil óbitos ocorrem todos os anos por causas cardíacas devido ao tabaco, a desinformação preocupa

Por Jaqueline Scholz, cardiologista*
31 Maio 2025, 04h00
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Cigarros convencionais e eletrônicos estão associados ao aumento do risco de complicações cardiovasculares, como infarto e AVC (Laura Luduvig/Estúdio Tigre/Veja Saúde)
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Em pesquisa recente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), 34,6% dos entrevistados não mencionaram o cigarro como fator de risco para doenças do coração. O percentual elevado de desinformação preocupa.

Isso porque, de acordo com dados do Ministério da Saúde, morrem 33 mil pessoas por ano no Brasil por causas cardíacas derivadas do fumo. Entre os respondentes, 15,6% eram fumantes (cigarros convencionais e eletrônicos) e 18,2%, apesar de não tabagistas, afirmaram ter contato ativo com a fumaça por meio de terceiros, o que igualmente representa uma ameaça à saúde cardiovascular.

O levantamento foi feito com 1.765 voluntários, 43,4%homens e 56,6% mulheres. As cidades participantes foram: Araçatuba, Araras, Bauru, Marília, Presidente Prudente, Santos, São José do Rio Preto, além de localidades do Vale do Paraíba e bairros da cidade de São Paulo.

Devemos ter claro – fumantes e não fumantes – que qualquer forma de tabaco prejudica a saúde. Não há defesa possível em relação ao cigarro, seja ele convencional ou eletrônico (vape). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mortes decorrentes do ato de fumar são as mais evitáveis do mundo.

+Leia também: Diagnóstico de câncer acontece mais cedo em usuários de cigarro eletrônico

O câncer de pulmão está no topo da lista de prejuízos: 90% dos óbitos provocados por este mal são ocasionados pelo tabaco. Já o sistema cardiovascular é impactado de várias maneiras, sendo 25% dos casos com infarto agudo do miocárdio e 50% com acidentes vasculares cerebrais (AVCs).

O monóxido de carbono liberado pela fumaça, quando alcança as hemácias presentes na corrente sanguínea, diminui a capacidade do sangue de transportar oxigênio. Assim, o coração precisa “bater” mais para compensar a necessidade de oxigenar os tecidos. Este sobretrabalho potencialmente leva ao infarto.

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A oxidação do colesterol LDL, também por conta do tabaco, tende a gerar a formação de placas nas artérias, a aterosclerose, caracterizada por reduzir o fluxo sanguíneo. A incidência de coágulos é outro dano favorecido pelo tabagismo.

Em ambas as situações a consequência pode ser um infarto ou AVC. Já a nicotina, substância tóxica que compõe o cigarro, tem efeito danoso no sistema cardiovascular e é responsável pela dependência química.

Além disso, não fumantes expostos rotineiramente à fumaça têm risco 30% maior de sofrer infarto comparativamente com quem não convive com tabagistas.

+ Leia também: Como parar de fumar: 7 dicas nada óbvias para deixar o cigarro no passado

Vapes: nada inofensivos

Para quem acredita que os vapes são inofensivos, estudo do InCor com usuários de eletrônicos provou que os níveis de nicotina dos usuários podem ser extremamente altos e até superiores aos daqueles que fumam os convencionais. Quem utiliza vape, com uso diário e intenso, tem níveis de nicotina até seis vezes maiores do que o valor médio de fumantes de 20 cigarros/dia (média de 400 ng/ml).

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A maneira de consumo é uma das explicações: em um dia, enquanto um fumante traga cerca de 200 vezes, adeptos do vape tragam mais de 1.500.

Ainda sobre a nicotina, 54% não sabiam da presença do componente e 40% admitiram ter conhecimento. Porém, 8% dos consultados afirmaram que o produto não continha a substância. Um dado demográfico da pesquisa é que 96% dos adeptos do vape tem escolaridade superior.

Dia Mundial sem Tabaco

Cerca de oito milhões de mortes por ano no mundo são atribuídas ao cigarro. Em 31 de maio temos o Dia Mundial sem Tabaco. A data foi criada pela OMS em 1987 para alertar a respeito das consequências do tabagismo.

A Socesp compartilha da obrigatoriedade de insistir nos impactos negativos do tabaco e, durante o mês de maio, se valerá de suas mídias sociais para chegar a todos os públicos que devem ser advertidos dos perigos que qualquer tipo de cigarro acarreta.

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Postagens, entrevistas com especialistas e podcasts serão algumas das iniciativas. O tema é ainda uma das pautas do Congresso da Socesp, que acontece em junho deste ano, em São Paulo.

Fumar é um vício e, na maioria das vezes, exigirá esforço e ajuda profissional para ser deixado para trás. Estimativas da Socesp, com base em estudos nacionais e internacionais, mostram que apenas entre 3 e 5% daqueles que tentam deixar o tabagismo sem ajuda são bem-sucedidos.

O fumante tem uma recompensa cognitiva prazerosa gerada pela nicotina, o que estimula a reincidência. Em contrapartida, a abstinência traz irritação, ansiedade, depressão e insônia, entre outros sintomas, fazendo com que grande parcela desista.

Não podemos subjugar o tabaco. O primeiro passo de quem quer excluir este inimigo é entender que a ajuda profissional é necessária. Os tratamentos disponíveis incluem reposição de nicotina e medicamentos prescritos caso a caso, de acordo com o perfil de dependência do paciente. São terapias que duram, em média, três meses. Mas o melhor “tratamento” antitabagismo é nunca dar a primeira tragada.

*Jaqueline Scholz é cardiologista, especialista em tratamento do tabagismo e assessora científica da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

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