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Médicos, nutricionistas e outros profissionais da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) explicam as novas (e clássicas) medidas para resguardar o peito

Cigarros eletrônicos parecem brinquedo, mas são armadilha

Adolescente em coma no Reino Unido é alerta para Brasil sobre liberação do comércio e publicidade dos “vapes”

Por Ieda Jatene, Marcelo Franken e Jaqueline Scholz, cardiologistas*
19 out 2023, 09h49
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Uso de cigarro eletrônico pode ser ainda pior do que o convencional, segundo pesquisas  (master1305/ Freepik/Reprodução)
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Recentemente, uma jovem de 12 anos do Reino Unido teve um colapso pulmonar e entrou em coma induzido pelo uso de vapes. A notícia choca, e serve como um alerta para o Brasil, que atualmente discute a liberação do comércio e publicidade dos cigarros eletrônicos.

No país europeu, a venda dos dispositivos é autorizada para maiores de 18 anos, mas a propaganda atinge os mais jovens, que têm aumentado seu consumo. Agora, o governo britânico estuda medidas para restringir o mercado e proteger melhor crianças e adolescentes.

O caso é uma amostra do enorme contrassenso que seria regulamentar o cigarro eletrônico no Brasil.

A possibilidade está sendo debatida pelos senadores da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), que tem se reunido em audiências públicas para decidir o futuro legal dos vapes, mas até agora sem conclusão oficial.

Nós da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), como especialistas, temos bagagem técnica para nos posicionarmos contra a liberação destes dispositivos eletrônicos.

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Uma eventual legalização traria impactos nocivos à população, como o aumento de dependentes em nicotina e o surgimento de novas doenças.

E aqui está a contradição: como um país que se tornou referência mundial na criação de leis contra a propaganda do tabaco e seu uso em ambientes fechados pode agora considerar a liberação dos eletrônicos, incentivando um vício tão ou mais danoso que o do cigarro convencional?

A análise de estudos globais que fizemos sobre o tema traz conclusões que assustam. Os eletrônicos podem reduzir em dez anos a expectativa de vida para homens e em 14 para mulheres.

Isso se explica: estes consumidores apresentam índices de nicotina no organismo equivalentes aos de fumantes de mais de 20 cigarros convencionais por dia.

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A substância é responsável por liberar adrenalina, que acelera o coração, aumenta o consumo de oxigênio e a pressão arterial. Este processo favorece a aterosclerose, o infarto, a morte súbita e o AVC.

Uma vez regulamentado, o cigarro eletrônico ganhará mais adeptos, gerando ônus ao sistema de saúde e um mal para a sociedade porque, além de altamente viciante, a maioria dos componentes do vape não é divulgada.

Pesquisas apontam que, em países que legalizaram o uso, o número de usuários é o triplo em comparação com Brasil e Tailândia, por exemplo, onde existe a proibição.

Outra prova de que a legalização é um equívoco: Austrália e Nova Zelândia, que haviam liberado o comércio dos eletrônicos, retrocederam da decisão.

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A França também já sinaliza a possibilidade de tornar os vapes ilegais diante de um cenário alarmante: atualmente 25% dos adolescentes franceses são usuários.

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Combater sim, liberar não

Pesquisa recente da Socesp com 2.236 jovens, adultos e idosos em cidades paulistas apurou que 20,3% dos consultados fumam. Já 22% são fumantes passivos, aqueles que respiram a fumaça dos outros regularmente.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atribui cerca de oito milhões de mortes anuais ao tabaco.

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O Brasil “contribui” com 440 óbitos ao dia por doenças associadas ao ato de fumar, segundo dados do Ministério da Saúde, sendo que as cardiovasculares causadas pelo cigarro, como infarto e AVC, assinam o atestado de óbito de 33 mil brasileiros ao ano.

Não é difícil, portanto, identificar onde está o problema: não precisamos de mais fumantes. Precisamos seguir encontrando meios para acabar com todas as formas de tabagismo.

*Ieda Jatene é presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP; Marcelo Franken é diretor da SOCESP e Jaqueline Scholz é especialista em tratamento do tabagismo e assessora científica da SOCESP.

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