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Aftas em detalhes: como lidar com elas?

Essas formações dolorosas incomodam muita gente. E podem exigir uma visita ao dentista para tratar do jeito certo e verificar se não há algo mais grave

Por Dr. Fábio Luiz Coracin, cirurgião-dentista*
Atualizado em 2 out 2018, 17h24 - Publicado em 2 out 2018, 17h19
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  • Aftas são lesões provocadas por um processo inflamatório, geralmente em formato oval e com coloração branca ou amarela. Apesar de não representarem algo de maior gravidade, são uma das principais causas de desconforto e de queixas relacionadas a problemas na boca.

    A maioria das aftas aparece na parte interna da boca, na língua ou na porção interna dos lábios. Aquelas que surgem em locais com maior contato com os alimentos podem demorar mais para desaparecer, mas, em geral, essas lesões somem entre uma e duas semanas.

    As aftas mais comuns podem ser pequenas ou grandes — e há também aquelas formadas pelo agrupamento de diversas e diminutas lesões. As formações maiores tendem a apresentar um tempo de cura maior, ultrapassando seis semanas. Elas ainda podem estar associadas a linfonodos, as populares ínguas, no pescoço, o que também representa uma causa de mal-estar.

    O surgimento do problema ainda não é totalmente esclarecido pela ciência. Acredita-se que ele esteja ligado a alterações gerais de saúde, como queda da imunidade, estresse, disfunções hormonais, alergias a alimentos, deficiências de vitaminas e minerais e mesmo refluxo gastroesofágico. Comidas e bebidas ácidas, tabagismo e o uso de alguns medicamentos também são associados às aftas, assim como o uso de prótese bucal, que, quando mal colocada, provoca feridas e aumenta o risco do incômodo.

    É sinal de perigo?

    Isoladamente, as aftas em si não representam uma ameaça à saúde. Mas devemos ter em mente que elas podem ser um sinal de uma doença sistêmica. Por isso, vale prestar atenção se são frequentes ou apresentam um tamanho muito grande.

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    Quando as lesões demoram mais de três semanas para cicatrizar, apresentam indícios de infecção e/ou aparecem junto a febre, cansaço e perda de apetite, é recomendável procurar um cirurgião-dentista para que a boca seja examinada e se faça um diagnóstico correto.

    Aliás, é bom que se diga que nem sempre a lesão é mesmo uma afta. Não se deve confundir esse tipo de problema com as feridas típicas do herpes labial, por exemplo. Uma das diferenças entre os dois é o local onde aparecem: as aftas surgem na parte interna da boca, enquanto o herpes se manifesta ao redor dela. A coloração também é diferente, assim como o incômodo no local.

    Enquanto as aftas não são contagiosas, o herpes, causado por um vírus, é altamente transmissível. Por isso, no período em que as bolhas ao redor da boca dão as caras, a recomendação é não compartilhar qualquer produto que entre em contato com a região infectada.

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    Outra doença que não deve ser confundida com a afta é a candidíase, popularmente chamada de sapinho. Mas essa tem uma característica bem diferente: provocada por um fungo, apresenta uma camada branca na mucosa bucal, não pequenas úlceras brancas ou amareladas.

    De qualquer forma, independentemente do tipo de lesão, é imprescindível contar com o olhar do dentista. As visitas periódicas garantem diagnóstico precoce e tratamento efetivo contra quaisquer problemas odontológicos. Em muitos casos, uma consulta de rotina detecta pontos de atenção antes que eles se tornem enfermidades mais graves.

    Tem tratamento?

    Não há um remédio ou terapia específica para eliminar as aftas. Na maioria das vezes — e se for confirmado que se trata de afta mesmo —, elas não necessitam de tratamento. Nos casos de múltiplas manifestações, que duram meses, ou quando as dores são intensas, o dentista pode avaliar o uso de pomadas analgésicas e o bochecho com enxaguante bucal antisséptico a fim de amenizar o desconforto.

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    Cabe destacar que todos os produtos utilizados devem ser recomendados e prescritos por um profissional. Ele também dará orientações para o dia a dia, como evitar o consumo de alimentos muito ácidos ou salgados, que, em contato com as feridas, ampliam a dor e a irritação.

    * Dr. Fábio Luiz Coracin é cirurgião-dentista e membro da Câmara Técnica de Patologia Oral e Maxilo Facial do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)

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