A hiperidrose, nome dado à produção excessiva de suor pelo organismo, é uma condição que afeta milhões de pessoas no mundo. Para além do desconforto físico, o constrangimento que os pacientes têm pode ser incapacitante. A depender do grau de hiperidrose, o incômodo leva ao isolamento social e a transtornos psicológicos.
Existem dois grandes tipos de hiperidrose: a focal e a generalizada. A primeira acontece quando existe uma área específica do corpo que produz mais suor do que o normal, como axilas, pés e mãos.
Já a generalizada afeta o corpo como um todo, mesmo que algumas áreas transpirem mais do que outras. É importante saber qual o seu tipo para determinar o melhor tratamento.
Quando falamos de hiperidrose focal, podemos lançar mão de tratamentos localizados. O mais popular é feito com o uso de antitranspirantes especiais, em sua maioria a base de hidróxido de alumínio. Essa é uma boa opção para casos leves a moderados, mas sua eficácia depende da disciplina e adesão ao tratamento.
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Considerando que muitas pessoas não querem ficar dependentes dos antitranspirantes, existe uma alternativa mais eficaz: a toxina botulínica. Isso mesmo, o botox que utilizamos para tratar linhas de expressão também pode ser utilizado no tratamento da hiperidrose.
A aplicação é feita diretamente no local acometido e os resultados são perceptíveis a partir da primeira semana. A duração do efeito varia conforme a intensidade de cada caso, mas vai de seis a dez meses, em geral.
Existe também um tratamento mais definitivo, que é cirúrgico, e reservado para casos que não responderam a outras estratégias. Esse procedimento lesiona os nervos responsáveis pela sudorese excessiva.
Mas, em alguns casos, existe o risco de o paciente apresentar hiperidrose compensatória: ele começa a suar muito em lugares que antes não sofriam com o quadro. Por isso, essa cirurgia precisa ser muito bem indicada.
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Já quando falamos em hiperidrose generalizada, precisamos lançar mão de um medicamento de ação sistêmica – o mais utilizado é a oxibutinina. Esse remédio era originalmente utilizado contra a incontinência urinária, mas, ao longo de seu uso, notou-se melhora importante da hiperidrose.
Como todo fármaco, ele deve ser prescrito por um médico, e a dose varia conforme cada paciente. Podem ocorrer efeitos colaterais, como retenção urinária, boca seca, tontura e náuseas.
Na prática, vejo muitos pacientes que sofrem com hiperidrose, mas não sabem que existem tratamentos disponíveis. Se você apresenta essa condição, procure um profissional para ajudar a escolher o caminho mais adequado para você. Com tantas opções disponíveis, é possível melhorar significativamente a qualidade de vida.
*Aline Erthal é dermatologista graduada pela Universidade de São Paulo (USP) e diretora médica da área de dermatologia da Omens, plataforma que trata da saúde masculina.