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Vergonha é um dos maiores sentimentos entre quem tem psoríase

Pesquisa brasileira indica que essa é uma das principais dores dos pacientes com a doença. Demora no diagnóstico e falta de tratamento também pesam

Por Bruno Mattos, diretor da HSR Health*
Atualizado em 19 mar 2021, 18h29 - Publicado em 19 mar 2021, 09h34
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Lesões na pele podem abrir caminho a problemas psicológicos entre quem tem psoríase.  (Ilustração: Rodrigo Damati/SAÚDE é Vital)
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A psoríase é uma enfermidade da pele autoimune e sem cura. A presença de manchas róseas ou avermelhadas, cobertas por escamas esbranquiçadas, é sua principal manifestação. A doença atinge 1,3% da população brasileira, podendo acometer homens e mulheres de qualquer idade.

Porém, mais que os sintomas físicos em si, um dos grandes problemas enfrentados pelos pacientes é o sentimento de vergonha em decorrência das marcas na pele.

A psoríase não é contagiosa, mas, para quem sofre, saber que está em público é uma das maiores preocupações. Segundo pesquisa recente da HSR Health, realizada com 180 pacientes com diagnóstico médico de psoríase, no verão 62% desse público deixa de expor seus corpos em praias e piscinas devido à vergonha.

Para quase oito em cada dez entrevistados esse é o principal sentimento atrelado à condição. Outras emoções muito mencionadas são baixa autoestima e tristeza.

Lesões da doença estão presentes em 94% da amostra estudada. Ainda descobrimos que, em média, o paciente possui mais de um terço do corpo coberto com lesões. Quase 30% declararam ter metade do corpo comprometido nesse sentido, e apenas 6% disseram estar com a pele “limpa”.

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A investigação também constatou a presença de barreiras ao tratamento. Atualmente, há um grande intervalo de tempo que separa o paciente do diagnóstico. Isso tem a ver com a própria demora em buscar ajuda — uma espera de três anos e oito meses, em média. Posteriormente, as pessoas afirmam que passam por até três médicos até receber o diagnóstico correto.

Além das lesões cutâneas e suas repercussões psicológicas, a evolução para problemas articulares afeta 34% da nossa amostra de pacientes. O quadro se chama artrite psoriática e também exige controle.

Mesmo com o diagnóstico, observamos que um terço dos pacientes não faz tratamento algum. Os cuidados mais comuns na amostra foram uso de cremes hidratantes, pomadas, comprimidos e medicamentos biológicos — estes utilizados por 19% dos entrevistados.

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Já passou da hora de buscarmos condições favoráveis para melhorar a qualidade de vida de quem tem psoríase. Isso passa pela maior disponibilidade de informações sobre a doença, agilidade no diagnóstico e maior oferta de tratamentos efetivos. E pode incluir a necessidade de suporte psicológico.

* Bruno Mattos é sócio-diretor da empresa de pesquisa HSR Health

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