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“Uso uma bolsa de colostomia. E daí?”

Bolsas de estomia demandam alguns cuidados na rotina, mas não impedem as pessoas de namorar, viajar, praticar atividade física...

Por Luiz Tavares, diretor de empresa voltada a cuidados com estomia*
30 Maio 2021, 10h56
foto de pessoa usando estomia e se exercitando com bola
Usuária de bolsa de estomia faz exercícios ao ar livre. (Foto: Coloplast/Divulgação)
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Vista por muitos como algo que amedronta, causa repulsa e até mesmo nojo, a bolsa de estomia é, na verdade, a bolsa da vida. Doenças ou malformações que alteram o funcionamento do intestino ou do trato urinário, assim como perfurações ocasionadas na região abdominal por tiros ou facadas, podem levar à necessidade do uso desse recurso.

Mais conhecida como “bolsa de colostomia”, ela pode ser também de ileostomia ou urostomia, conforme a condição do usuário. Qualquer um de nós está sujeito a precisar dela um dia. É a bolsa que dá a chance de se continuar vivendo, com sua família, seus amigos, seus bichos de estimação, seu trabalho, sua casa e fazendo tudo aquilo que se gosta de fazer.

Haverá algumas adaptações e mudanças na rotina, sem dúvida. Mas, à medida que sua vida for se adequando à nova realidade, você, e quem te ama, irá perceber que a bolsa faz parte do dia a dia, e não é algo que define quem você é de verdade.

São inúmeros os relatos positivos dos usuários de bolsa. Ninguém deixou de viajar, namorar, fazer esportes, ir à praia, trabalhar, cuidar da casa ou dos filhos por causa da bolsa. Cada vez mais, ela está sendo mostrada sem ser um motivo de vergonha. Que bom!

Inseridos por lei na condição de deficientes físicos, os usuários têm direitos que devem ser respeitados. Desde 2020, banheiros públicos exclusivos para pessoas com estomia estão sendo incorporados à lei em diversas cidades do Brasil. Uma sociedade que faz da inclusão um objetivo comum só tem a ganhar. Atender a essa demanda em busca de uma melhor qualidade de vida para quem convive com uma estomia é algo essencial e que nos eleva enquanto sociedade. Qualquer preconceito deve ser combatido.

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A união de empresas, governos, profissionais de saúde e atendimentos públicos e privados para a solução das demandas de quem usa uma bolsa é essencial. É preciso ouvir esse público, entender suas necessidades, dar-lhes confiança, colocar em prática o empoderamento, oferecer um tratamento humanizado e respeitoso e defender seus direitos no acesso a produtos com a mais avançada tecnologia, como é o caso de um novo modelo de bolsa que acaba de chegar ao país. Tudo isso cumpre nosso compromisso de elevar o padrão de cuidado, a segurança e a qualidade de vida de quem tem um estoma.

É hora de quebrar tabus, preconceitos, medos, crenças limitantes e tudo mais que torna as pessoas com estomia “diferentes”. Vamos viver tudo que há para viver!

* Luiz Tavares é diretor-geral da Coloplast

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