Novas terapias contra o câncer miram o controle das metástases
Quando o câncer se espalha para outros órgãos, o tratamento muda. Mas a boa nova é que há mais opções para conter a doença mesmo nessa fase avançada
A palavra metástase ainda carrega uma sentença de finitude, que já não existe mais. Ao longo dos tempos, a ciência tem trabalhado para reduzir ou eliminar esse processo de células cancerosas, capazes de atingir outros órgãos e tecidos humanos por meio da corrente sanguínea ou dos vasos linfáticos.
O diagnóstico de um câncer metastático varia de um paciente para outro e apenas uma avaliação de um especialista pode indicar a melhor estratégia de tratamento. O avanço das pesquisas tem permitido a utilização de medicamentos de forma individualizada, prolongando significativamente a vida dos pacientes, que podem continuar o seu dia a dia com qualidade de vida, de maneira produtiva e com poucos ou nenhum sintoma.
No Brasil, as projeções são de 625 mil novos casos de câncer por ano para o triênio 2020-2022, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer). Entre 2018 e 2019, as estimativas apontavam 600 mil novos registros anualmente.
Com o envelhecimento da população brasileira nas próximas décadas, é alta a tendência do crescimento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como hipertensão arterial, diabetes… e também o câncer.
Para enfrentar o desafio da multiplicação de casos de câncer, temos pela frente a necessidade de fortalecer a importância do diagnóstico precoce, bem como a utilização de novas terapias.
A combinação de cirurgia e quimioterapia surge como opção para alguns cenários. Para outros, a imunoterapia pode trazer resultados positivos. Nessa nova técnica, o sistema imunológico é estimulado a combater as células oncológicas, barrando as engrenagens que elas usam para enganar as nossas defesas.
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Na maioria dos casos de metástase, a quimioterapia é um dos procedimentos mais indicados, mas tem a desvantagem de também afetar as células normais. As vacinas terapêuticas também vêm sendo aplicadas em casos de câncer metastático.
Nas pacientes com câncer de mama nessa fase, essa modalidade de vacina mostrou eficácia significativa, com uma taxa de recorrência de 12,5% contra 60% para indivíduos que receberam o tratamento tradicional em um período de 15 anos.
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A ciência avança importantes passos para encontrar medicamentos capazes de enfrentar a metástase. No futuro, o câncer será tratado como uma doença crônica, com pacientes mantendo suas atividades diárias com qualidade de vida.
*Ramon Andrade de Mello é médico com PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal, e professor da disciplina Oncologia Clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove).