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Mal-estar de final de ano: papel das empresas na saúde mental das equipes

Nem todo mundo fica feliz no Natal e Ano Novo, e organizações podem atuar em prol do bem-estar de seus colaboradores

Por Letícia de Oliveira Alves, psicóloga*
6 dez 2024, 09h25
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Para algumas pessoas, as festas de fim ano representam momentos de sofrimento  (Freepik/Reprodução)
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O fim do ciclo de um ano é celebrado e aguardado. Porém, carrega consigo um paradoxo: enquanto muitos encontram motivos para festejar, outros enfrentam uma tempestade emocional silenciosa.

Essa dualidade, frequentemente negligenciada, é especialmente evidente no ambiente corporativo, onde prazos inadiáveis e balanços de resultados colidem com sentimentos de esgotamento e insatisfação pessoal.

De acordo com a psicologia behaviorista, pensar é um comportamento — abstrato, mas concreto em seus efeitos. O que pensamos molda nossas ações e emoções, respingando no desempenho e nas relações interpessoais.

É nesse terreno fértil de reflexões que o mal-estar de fim de ano encontra espaço para crescer, alimentado pelas expectativas não alcançadas, pelo peso dos “e se” e pela comparação com os outros.

A depressão sazonal, embora frequentemente associada ao inverno e às regiões de clima mais frio, também se manifesta em períodos marcados por encerramentos e balanços emocionais. No contexto corporativo, seus sintomas — desânimo, dificuldade de concentração e baixa energia — tornam-se ainda mais perigosos.

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Eles afetam não apenas a produtividade, mas também a qualidade das interações no trabalho, criando um ambiente onde a colaboração e a criatividade cedem lugar ao isolamento e à apatia.

Um estudo da International Stress Management Association (Isma) revela que 80% das pessoas economicamente ativas enfrentam níveis mais altos de estresse e ansiedade no final do ano. No entanto, dentro das empresas, o sofrimento emocional ainda é um tabu, encoberto pela pressão por resultados e pelo culto à resiliência inabalável.

+Leia também: Por que devemos ter equipamentos de proteção para a saúde mental

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A liderança tem um papel fundamental nesse cenário. Promover a humanização do ambiente de trabalho, especialmente em um período tão sensível, é um desafio que exige mais do que ações superficiais. Gestores precisam se comprometer com estratégias que cuidem do bem-estar emocional de suas equipes, criando espaços seguros para vulnerabilidade e escuta.

Como bem destaca a autora Sonja Lyubomirsky, no livro A Ciência da Felicidade, a interação social é um dos pilares do bem-estar. Dentro das empresas, isso pode ser promovido com eventos de confraternização significativos. Mais do que festas obrigatórias, esses momentos devem ser oportunidades genuínas de conexão e celebração.

Além disso, grupos de apoio, onde experiências possam ser compartilhadas, fortalecem a empatia e a compreensão mútua. Algo tão simples quanto um café da manhã com a equipe pode transformar o clima de trabalho, reforçando vínculos e confiança.

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A gratidão, muitas vezes subestimada, é um poderoso antídoto contra a insatisfação e o esgotamento. Programas de reconhecimento que destacam conquistas reais e elogios fundamentados podem revitalizar a autoestima dos colaboradores, criando um ambiente de valorização genuína.

Implementar iniciativas de bem-estar, como meditação, yoga ou dias dedicados à saúde mental, não é apenas um investimento na saúde dos colaboradores, mas também uma forma de mostrar que a empresa se importa. O bem-estar emocional fortalece as funções cognitivas, como memória e atenção, impactando diretamente os resultados organizacionais.

Liderar nesse período vai além de gerenciar prazos ou alinhar metas. É reconhecer que as empresas são formadas por pessoas, cada uma carregando suas próprias histórias e desafios. Criar uma cultura que acolha essas complexidades é um passo essencial não apenas para enfrentar o mal-estar de fim de ano, mas para construir um ambiente de trabalho mais saudável e sustentável ao longo de todo o ciclo.

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Enquanto fechamos as páginas deste ano, que as empresas lembrem-se de que o sucesso não é medido apenas pelo saldo positivo no balanço financeiro, mas pela saúde mental e emocional daqueles que tornam os números possíveis. Desejamos que, neste fim de ano, haja mais vida nas empresas — porque, no fim, é disso que realmente se trata.

*Letícia de Oliveira Alves é psicóloga, palestrante e Idealizadora e Gestora do Projeto Café com os Psicólogos que atuam no SUAS (Sistema Único de Assistência Social)

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