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ISTs no Brasil: como resolver a subnotificação de casos?

Infecções transmitidas sexualmente costumam ser silenciosas e, assim, deixam de ser diagnosticadas, representando um problema de saúde pública no país

Por Carlos Martins, executivo*
5 jan 2025, 08h00
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Testes rápidos podem ajudar a diagnosticar mais as ISTs (Foto: Breno Esaki/Agência Saúde DF)
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O Brasil enfrenta desafios complexos no controle de doenças infecciosas, sendo os principais deles a desigualdade social e regional, a falta de acesso à saúde, a resistência antimicrobiana e a falta de educação em saúde.

Quando o assunto são as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) o cenário é ainda mais preocupante, pois há muito estigma social, tabus e subnotificação dos casos. Abordar essas questões exige uma ação coordenada entre governo, instituições de saúde e a população, com foco na prevenção, diagnóstico precoce, vacinação, educação e fortalecimento do sistema de saúde.

Além do HIV, causador da aids na ausência do tratamento, que recentemente ganhou destaque no Dezembro Vermelho, precisamos ficar atentos especialmente a gonorreia, clamídia e hepatite, que são problemas importantes de saúde pública.

A gonorreia é uma infecção bacteriana que representa uma preocupação, devido ao aumento de casos no país. Em 2022, a incidência na população geral era em torno de 500 mil novos casos por ano. Se não tratada, pode levar a complicações graves, como infertilidade em mulheres, e complicações urinárias e reprodutivas em homens.

Por sua vez, a clamídia é outra doença frequente, também associada a infertilidade. É geralmente assintomática, especialmente nas mulheres, o que pode dificultar o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.

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Estima-se que as duas sejam as ISTs mais comuns no país, mas a subnotificação é um desafio. É essencial superar o estigma social e aumentar o acesso da população ao conhecimento sobre essas doenças, além de fazer investimentos em diagnóstico e tratamento ágeis.

Outro ponto essencial a ser destacado é a resistência a antibióticos, especialmente para a gonorreia. Enfrentamos um desafio global neste sentido, que se mostra real também no Brasil, tornando os casos mais difíceis de tratar devido ao desenvolvimento de resistência aos medicamentos.

+Leia também: A ameaça crescente (e oculta) das superbactérias no Brasil

A realidade não é diferente ao falarmos de hepatite, especialmente a C, que pode acarretar hepatite crônica com sequelas de longo prazo, como câncer de fígado.

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De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, cerca de 520 mil pessoas têm a doença, mas ainda sem diagnóstico e tratamento. Devido à falta de sintomas clínicos claros, as infecções agudas são silenciosas e difíceis de identificar. Além disso, o estigma é grande e, muitas vezes, as populações em maior risco não realizam a testagem.

A detecção precoce é crucial para interromper efetivamente a transmissão do vírus e possibilitar o tratamento ideal em tempo hábil.

Importância do diagnóstico

O diagnóstico é uma chave para avançar no combate a essas doenças. Sem ele, não há prevenção nem tratamento adequado. Para melhorá-lo, é fundamental trabalhar em soluções inovadoras e com qualidade que agilizam a detecção das ISTs e ampliam o acesso, contribuindo para uma vida mais longa e saudável a todos.

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Temos um longo caminho pela frente, em especial em relação aos investimentos. Apesar do enorme potencial, no Brasil, a área de diagnóstico in vitro recebe apenas 0,5% dos investimentos totais em saúde, mesmo impactando 70% das decisões clínicas.

Vamos trabalhar todos juntos para romper barreiras, quebrar tabus e buscar mais investimentos com foco na prevenção, diagnóstico e tratamento das ISTs no país.

*Carlos Martins é presidente da Roche Diagnóstica no Brasil

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