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Estudo revela impacto das deformidades faciais na saúde mental

Pesquisa mostra que alterações nos ossos da face e dentes afetam a autoimagem e podem estar ligadas ao transtorno dismórfico corporal

Por Romulo Molinari e Rafaela Scariot, cirurgiões bucomaxilofaciais
10 nov 2025, 09h00
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Procedimento corrige problemas na mordida  (Shidlovski/Getty Images)
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Um estudo inédito da Universidade Federal do Paraná (UFPR) revelou que pessoas com alterações no posicionamento dos ossos da face e dos dentes, conhecidas tecnicamente como deformidades dentofaciais, apresentam níveis significativamente maiores de insatisfação com a própria aparência e vulnerabilidade psicológica em comparação à população sem alterações faciais.

A pesquisa também identificou sinais compatíveis com o transtorno dismórfico corporal (TDC) em parte desses pacientes, apontando para a necessidade de uma abordagem mais ampla e integrada no cuidado à saúde facial.

O estudo foi conduzido no Programa de Pós-Graduação em Odontologia da UFPR, com a participação de voluntários, sendo a metade com deformidades dentofaciais e a outra metade sem alterações estruturais na face.

Entre os indivíduos com deformidades, 30% apresentaram indícios de transtorno dismórfico corporal, condição caracterizada por uma preocupação excessiva e persistente com defeitos percebidos na aparência.

Esses resultados reforçam a importância de compreender a dimensão psicológica envolvida nas deformidades faciais, que afeta não apenas a estética, mas também o bem-estar emocional e a autoestima.

Transtorno dismórfico corporal

O transtorno dismórfico corporal, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma condição psiquiátrica que provoca sofrimento intenso e impacto direto nas relações pessoais e profissionais.

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Em casos mais severos, está associado à ansiedade, isolamento social e depressão. No contexto das deformidades dentofaciais, o distúrbio tende a se manifestar de forma mais complexa, já que a insatisfação com a aparência se soma às limitações funcionais e às dificuldades de socialização que muitas vezes acompanham essas condições.

+Leia também: Transtorno dismórfico corporal: o desencontro entre o que se vê e se sente

Cirurgia e suporte caminham juntos

Os resultados do trabalho indicam que a cirurgia ortognática, frequentemente indicada para a correção das deformidades dentofaciais, deve ser vista como parte de um processo terapêutico mais abrangente, que inclua suporte psicológico antes e depois da intervenção.

Embora a correção cirúrgica possa melhorar a harmonia facial e restaurar funções como a mastigação e a fala, o impacto positivo na autoimagem depende também da forma como o paciente percebe a própria transformação.

Pressões estéticas e redes sociais agravam a insatisfação

A pesquisa chama atenção para o fato de que expectativas irreais e pressões estéticas podem intensificar a insatisfação, especialmente em uma sociedade cada vez mais voltada à imagem pessoal e às comparações nas redes sociais.

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Essa exposição constante pode acentuar o sofrimento de indivíduos que já apresentam fragilidades na autoimagem, tornando fundamental o acompanhamento psicológico no processo de diagnóstico e tratamento.

Para além das implicações clínicas, o estudo reforça a necessidade de uma visão interdisciplinar no tratamento das deformidades faciais. O envolvimento conjunto de cirurgiões bucomaxilofaciais, ortodontistas, psicólogos e psiquiatras é essencial para garantir um cuidado integral e humanizado, que considere o paciente em todas as suas dimensões — física, emocional e social.

Publicação científica destaca relevância do estudo

O trabalho conduzido na UFPR foi tão relevante que mereceu uma publicação científica na mais recente edição do Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery (JBCOMS).

O trabalho amplia o debate sobre a relação entre saúde mental e procedimentos estéticos e reconstrutivos, tema ainda pouco explorado no Brasil.

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Ao evidenciar que a autoimagem e o equilíbrio psicológico têm papel central no sucesso terapêutico, a pesquisa contribui para a construção de protocolos clínicos mais completos e humanizados.

A investigação reforça, por fim, que cuidar do rosto vai muito além de corrigir imperfeições visíveis: é também uma forma de promover saúde emocional e restaurar a confiança diante do espelho.

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