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Conheça e trate as doenças inflamatórias intestinais

Especialista reforça que é necessário ficar de olho em sintomas suspeitos – até porque esse problema está ficando mais comum entre o público mais jovem

Por Flavio Steinwurz, gastroenterologista*
28 Maio 2024, 10h11
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Doenças inflamatórias intestinais (DIIs) podem comprometer articulações e outros órgãos, como pele, fígado e olhos (VEJA SAÚDE/SAÚDE é Vital)
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As doenças inflamatórias intestinais (DIIs), como o nome sugere, causam inflamação no intestino – além de poderem comprometer articulações e outros órgãos, como pele, fígado e olhos. No Brasil, a estimativa de prevalência é de 100 casos para cada 100 mil habitantes. Estamos falando de quadros crônicos que podem atingir pessoas em qualquer idade, apesar de serem mais frequentes na população entre 15 e 35 anos.

A jornada até o diagnóstico começa na identificação dos sinais e sintomas, que muitas vezes são comuns a outras doenças. A lista é extensa e inclui dor abdominal, sensação de barriga estufada, cólicas, diarreia, emagrecimento, sensação de esvaziamento incompleto do intestino, flatulência exagerada e, por vezes, sangue e muco nas fezes.

A partir dessas manifestações, a busca por um gastroenterologista torna-se essencial. Para que a suspeita seja confirmada, é necessário avaliar os sintomas clínicos, além de realizar exames de imagem e de sangue. A confirmação ocorre por meio de endoscopia no intestino, procedimento conhecido como colonoscopia. É comum também, em vários casos, a necessidade de tomografia e ressonância magnética.

+ Leia também: Dermatite perioral: saiba os sintomas e como prevenir

Pelo fato de estarmos lidando com quadros crônicos, sem possibilidade de cura – e que podem variar de acordo com o tipo e o grau da inflamação –, o tratamento das DIIs tem como principal objetivo manter o controle da doença. Nesse cenário, vale destacar algumas questões que devem fazer parte da rotina do paciente além da prescrição medicamentosa.

Uma é a opção por uma alimentação balanceada, evitando açúcar, cafeína, leite e derivados, comidas gordurosas picantes, ou com conservantes, e vegetais que aumentem a produção de gases, como o feijão, repolho e batata doce. A escolha por uma dieta com baixo teor de gordura e rica em fibras é um bom caminho a ser seguido.

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Outro pilar importante para prevenir a manifestação das DIIs é a atividade física. E, claro, o cigarro e o álcool devem ser abolidos do dia a dia de quem pretende cuidar da saúde gastrointestinal.

Os tratamentos para as doenças inflamatórias intestinais são essenciais para o controle do quadro, o que chamamos de remissão. A partir da adesão à terapia de maneira contínua, sempre sob a orientação de um médico, é possível prevenir os episódios inflamatórios por períodos maiores, que chegam a meses ou até alguns anos.

+ Leia também: Para que serve a lisina e em quais alimentos podemos encontrá-la?

Como em várias outras áreas, nos últimos anos tivemos avanços relevantes no combate às DIIs. Um exemplo é a disponibilização de medicamentos biológicos, como o infliximabe subcutâneo, no SUS. Ele é um biossimilar que teve sua incorporação recomendada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

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Pensando nas diferentes realidades vividas em várias regiões do Brasil, as opções terapêuticas subcutâneas, sem a necessidade de administração em ambiente hospitalar, têm sido uma alternativa para ampliar o acesso dos pacientes ao tratamento, especialmente para quem mora em localidades distantes de clínicas de infusão.

Aumentar o nível de informação e conhecimento por parte das pessoas, investir em ciência para a descoberta de novas terapias e buscar a equidade quando pensamos em tratamento são desafios prioritários para a cadeia de saúde, pensando sempre em oferecer o que há de melhor aos pacientes que enfrentam a jornada das doenças inflamatórias intestinais.

*Flavio Steinwurz é gastroenterologista e membro da Organização Internacional para o Estudo das Doenças Inflamatórias Intestinais (IOIBD, na sigla em inglês).

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