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Como lidar com o estresse de final de ano

Essa é uma época cheia de reflexões e reavaliações. Expert ensina como passar por ela com mais leveza

Por Guilherme Spadini, psiquiatra*
10 dez 2022, 09h12
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  • Estamos chegando ao final de 2022, o ano em que voltamos a trabalhar nos escritórios e a sair de casa com mais tranquilidade desde o início da pandemia de coronavírus.

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    Para quem trabalha com o bem-estar de pessoas, como nós, da The School of Life, foi um ano muito interessante. Durante a pandemia, fomos muito requisitados para falar sobre saúde mental, como o esperado – temas como ansiedade e depressão ganharam os holofotes.

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    Em 2022, no entanto, o foco mudou. Falamos muito sobre algumas habilidades emocionais – como adaptabilidade e comunicação –, um reflexo do retorno à convivência com os colegas de trabalho.

    Ninguém queria mais falar de saúde mental – um fenômeno curioso, diria até que saudável. Afinal, foi um momento de retomada, de reconstrução, de fazer acontecer.

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    Mas, agora, às vésperas de 2023, voltamos a notar um interesse redobrado das empresas por temas ligados à saúde mental.

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    Ora, é o momento de terminar projetos, cumprir prazos, receber feedbacks e lidar com todo o estresse e a ansiedade que acompanham essa fase.

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    Esses e outros fatores fazem com que, tradicionalmente, o final do ano seja uma época em que psiquiatras e psicólogos são muito requisitados.

    Tempo de refletir

    Entendo que a passagem do ano seja uma marca completamente arbitrária – a vida de dezembro continuará em janeiro como se nada tivesse acontecido. Mas nós, seres humanos, somos assim mesmo: escravos dos símbolos que criamos e preenchemos de sentido.

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    No fim do ano reavaliamos nossas vidas, fazemos promessas, nos damos segundas (ou terceiras) chances, em um ritual que pode ser reconfortante, catártico ou muito angustiante – mas não passa indiferente.

    Há, ainda, as festas de final de ano. É quando constatamos que o momento de reunir a família para celebrar vai mudando de sabor ao longo da vida. Aquilo que normalmente tinha gosto de felicidade na infância vai ficando mais amargo, conforme vão se acumulando os lutos, as decepções, as rixas pessoais e as divergências políticas ou ideológicas.

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    Às vezes, podemos até ficar com a sensação que amadurecer é, em muitos aspectos, um processo de entristecimento.

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    + Leia também: A importância do ócio para a saúde mental

    Como lidar melhor com tudo isso?

    Não há fórmula mágica para lidar com o estresse. Cada pessoa tem valores e recursos diferentes que podem ser igualmente eficazes. Quem tem uma forte ética de trabalho pode enfrentar as dificuldades focando em se manter produtivo e cumprindo objetivos.

    Outros podem precisar de mais tempo com amigos ou familiares para recarregar as energias. Há ainda aqueles mais espiritualizados, que confiam em uma força maior para atravessar as fases mais exigentes da vida.

    É em momentos como esse que a habilidade emocional mais básica e fundamental, o autoconhecimento, ganha relevância. Porque é por meio da autoconsciência que passamos a conhecer mais sobre nós mesmos, sobre como funcionamos, sobre o que damos importância e quais recursos dispomos para enfrentar qualquer situação ou pessoa desafiadora.

    Por exemplo, eu citei três possíveis estratégias para lidar com o estresse: focar no trabalho, em atividades sociais ou na espiritualidade. Mas existem muitas outras estratégias que podem ser eficientes para você, como fazer mais esportes, meditar, praticar o autocuidado, começar uma dieta ou sair dela, entre tantos outros meios.

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    Entender o que funciona para cada um depende dos recursos internos que a pessoa possui.

    Então, se eu puder te dar um conselho para esse final de ano (e todos os outros anos da sua vida), é o seguinte: invista no autoconhecimento.

    Comece procurando entender quais são as suas forças de caráter e quais valores as sustentam. Você pode contar com a sua determinação ou criatividade? Você se considera confiante ou adaptável?

    Isso é importante porque, com frequência, momentos estressantes nos lembram de nossas fraquezas. Elas ficam em evidência como profecias de nosso fracasso.

    Mas, embora seja verdade que temos nossas fraquezas, certamente também temos nossas forças. Às vezes, só precisamos de um segundo para respirar – e um pouco de autoconhecimento para lembrar que podemos contar com elas.

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    + Leia também: Nos planos de Ano Novo, inclua o seguinte: “cuidar de mim”

    Outra sugestão: cerque-se de pessoas, de ideias e de cultura, entre outras fontes, que podem te dar forças para enfrentar quaisquer dificuldades que a vida apresente.

    Podemos contar com amigos, claro. Mas não esqueça que mesmo pessoas desconhecidas podem nos inspirar com ideias ou um modelo de comportamento.

    Os livros também são grandes amigos: alguns mudaram minha vida e ressurgem quando preciso – às vezes, até com mais eficiência que muitos bons amigos.

    A arte, de modo geral, é uma grande fonte de alívio, boas ideias, conforto ou apenas catarse e deslumbramento. Todos são ótimos recursos para lidar com o estresse.

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    De qualquer forma, embora o foco dessa minha reflexão seja reforçar que cada pessoa tem seus próprios e variados recursos para enfrentar momentos difíceis, é possível notar que algumas dicas gerais emergem da discussão até aqui.

    A mais evidente é que desenvolver o autoconhecimento é fundamental. A outra é que todos esses recursos dependem de uma vida ampla, aberta e diversa.

    As forças que mais podem nos ajudar nos momentos difíceis são as que asseguramos nos momentos bons, quando fazemos e cultivamos amizades, nos expomos à arte e à diversão, experimentamos o amor e admiramos o belo e o justo.

    Como escreveu Laerte Coutinho, em uma tirinha de jornal de vinte anos atrás, que até hoje eu guardo como um dos grandes insights de sabedoria no meu rol de recursos internos: “… Minha vida eu não meço pelo comprimento, meço pela largura”.

    *Guilherme Spadini é médico psiquiatra e mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo. Na The School of Life, ele é professor, head de terapias e realiza atendimentos em sessões de psicoterapias

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