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Cinco tecnologias que estão determinando o futuro da saúde

Inteligência artificial, gestão de dados, robótica e outros destaques da transformação digital da saúde na principal feira do setor do Brasil

Por Laís Fonseca, CEO da QBem*
5 jun 2023, 10h15
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No setor da saúde, os dados representam uma oportunidade para inovar em prol de uma melhor assistência (Foto: Alexander Sinn / Unsplash/SAÚDE é Vital)
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Na última semana, estive na Hospitalar, feira que reuniu boa parte do ecossistema de saúde do país. O debate sobre o uso de novas tecnologias, soluções digitais e inovações para o setor foi um dos tópicos quentes do encontro.

Boa parte das empresas presentes já utiliza uma ou mais das tecnologias de vanguarda no seu cotidiano. Contudo, a maioria reconhece que elas também trazem desafios, que crescem de maneira progressiva com o avanço da digitalização do setor.

O mercado da saúde atravessa um processo de transformação digital intenso, que agrega empresas que estão no início dessa fase e organizações que direcionam tendências de inovação para todo o mercado.

Dentro desse movimento inquieto, as cinco principais tecnologias que descreverei a seguir ditarão e já estão ditando as regras do jogo.

Inteligência artificial

O conceito de IA é amplo e diversificado, mas ainda não são todas as empresas que utilizam a inteligência artificial no setor da saúde.

Uma pena, já que ela pode melhorar prognósticos, colaborar na identificação doenças e reduzir gastos operacionais. A tendência hoje é olhar para essa tecnologia como um ativo de predição.

Até existem empresas que utilizam a tecnologia para antever problemas e apontar as melhores soluções, mas a maior parte engatinha no quesito predição digital. Por um motivo: a falta do uso de dados de saúde.

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+ Leia tambémA tecnologia precisa fazer parte da base do sistema de saúde

Softwares e analytics de dados

De forma objetiva, sem dados não existe IA, automatização de processos ou melhora no atendimento a saúde por meio da tecnologia.

Para que as empresas e os profissionais de saúde sejam inseridos neste amplo e diverso movimento de inovação, o investimento na chamada datificação – extração e análise massiva de dados – é primordial.

A captura de dados ocorre em diversos canais, como redes sociais, prontuários e prescrições digitais, agendamentos de consultas e exames, entre outros.

Além da captura, porém, é preciso armazenar, catalogar, refinar e analisar essas informações. Vários softwares estão envolvidos nesse processos, e as empresas demonstram uma atenção cada vez maior pelas fontes de dados e de integração destes dados.

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A Hospitalar 2023 mostrou que o foco deve ser na usabilidade do conteúdo e na sua descentralização, sem esquecer do investimento voltado à segurança de toda a cadeia de informações tão sensíveis.

Interoperabilidade de dados

A interoperabilidade (capacidade de integração e navegação dos dados em diferentes sistemas) está atrelada à datificação. Esse tipo de solução parece avançado, mas pode ser praticado por pequenas e médias empresas.

Pensemos em uma operadora de saúde, que normalmente tem um volume enorme de dados de seus beneficiários. Estes são capturados em prontuários, documentos, planilhas, redes sociais, sensores em espaços físicos, canais de atendimento e por aí vai…

Ao integrar esses dados, é possível gerar análises e insights sobre como os pacientes estão sendo atendidos pela rede, quais as demandas e os custos operacionais atuais.

Fazer isso pode ser custoso e desafiador. Exige um fluxo de obtenção de dados, unificação de cadastro e uso de limpeza, filtros e dicionários para interpretar e analisar os dados.

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Desse modo, cada elo do ecossistema da interoperabilidade precisa ser feito primeiro dentro de casa.

+ Leia também: “Se saúde digital não for bem implementada, pode piorar atendimento”

Cloud Computing

Quanto mais expressivo o volume e a interoperabilidade de dados, maior será o investimento em cloud computing, ou computação em nuvem.

A integração de diferentes APIs (Interface de Programação de Aplicação) traz mais simplicidade na troca de dados entre diferentes empresas do setor.

Ninguém é bom em tudo, mas a integração via APIs possibilita a criação de sistemas especializados: posso criar o meu processo e o diferencial da minha instituição oferecendo a melhor experiência interna e externa.

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No entanto, deve-se ficar atento a gestão dessas integrações, que podem ser bem caóticas se não forem bem organizadas, se tornando verdadeiros “espaguetes”: você muda uma coisa aqui e traz impacto em outra área.

Por isso, é necessário usar soluções de API management e bons data lakes – repositórios centralizados que permitem o armazenamento de quantidades indefinidas de dados estruturados ou não.

Robótica e equipamentos inteligentes

Na Hospitalar, as empresas apresentaram equipamentos, ferramentas e aparelhos tecnológicos inovadores, que melhoram o diagnóstico e no tratamento de diversas condições.

Um exemplo disso é o Cirq Robotic, um braço robótico voltado às cirurgias de coluna, minimamente invasivo e altamente preciso.

Outro destaque foi o Kardia 6L, um eletrocardiograma de bolso capaz de gravar em 30 segundos o ritmo cardíaco dos pacientes com alta precisão. Somado a soluções de IA, o software do Kardia 6L detecta variações sugestivas de fibrilação atrial, taquicardia e outros problemas.

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+ Leia também: O futuro da cardiologia

Por fim, vale falar do Artery Check, oxímetro com capacidade preditiva. Por meio da análise de marcadores de rigidez arterial, o equipamento identifica de maneira precoce possíveis complicações cardiovasculares, hepáticas e renais de pacientes.

Com tamanhos avanços, evoluímos e caminhamos rumo a um lugar de interesse coletivo. Contudo, sem explorar essas tecnologias e sem uma gestão inteligente de dados, toda a cadeia perde seu valor e o paciente deixa de ter uma melhor experiência em sua jornada de saúde e autocuidado.

Avante!

* Laís Fonseca é CEO e co-fundadora da tech health QBem, focada em engenharia e inteligência de dados no sistema de saúde

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