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O futuro da cardiologia

Avanços tecnológicos estão mudando o tratamento das doenças cardiovasculares, as que ainda mais matam no mundo

Por Chloé Pinheiro
24 Maio 2023, 14h53

Genética, robótica, inteligência artificial… A tecnologia começa a revolucionar os cuidados com o coração. Para trazer um panorama do que vem por aí, VEJA SAÚDE conversou com três experts no assunto.

O médico israelense Rafi Beyar, autoridade na área que esteve recentemente no Brasil para apresentar tendências, destaca o progresso nas cirurgias menos invasivas para desobstruir artérias com mais eficiência e agilidade.

O cardiologista Alexandre Abizaid, diretor do Departamento de Cardiologia Intervencionista do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo, se empolga com o uso da inteligência artificial nos procedimentos.

E seu colega Diandro Marinho Mota, médico responsável pela arena de inovação e tecnologia do 43º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), adianta alguns dos temas a serem discutidos no evento em junho — caso da utilização de pulseiras e relógios inteligentes para captar informações sobre o peito.

Marca-passos biológicos

O marca-passo transformou o tratamento de arritmias décadas atrás. Agora, cientistas buscam novas formas de equilibrar os batimentos cardíacos. Já existem estudos recrutando células-tronco geneticamente modificadas para se tornarem reguladoras do ritmo do coração.

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Outra linha de pesquisa busca a utilização de células sensíveis à luz de uma alga para controlar o órgão por meio de pulsos luminosos.

Robótica em ascensão

Cresce o uso de robôs em procedimentos para desobstruir as artérias. No caso, um braço robótico insere o stent (pecinha flexível que “abre” o vaso), e um médico opera o sistema a uma distância segura, sem se expor à radiação da máquina de raios X.

+ Leia também: Cirurgia robótica: mais tecnologia, assertividade e saúde

Agora, testes estão sendo feitos para tratar pessoas remotamente. Em uma etapa, cinco operações foram feitas com sucesso por profissionais a 35 km de distância dos pacientes.

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Aneurisma amarrado

Rafi Beyar aposta em métodos menos invasivos para tratar o aneurisma de aorta (dilatação da parede de uma artéria no abdômen que pode provocar seu rompimento).

Por meio de um cateterismo, é possível “selar” o espaço dilatado com stents. A vantagem é não precisar abrir o peito do paciente.

Beyar lembra, contudo, que o ideal mesmo é tentar prevenir o problema controlando sua principal causa, a hipertensão.

Mundo de wearables

Os dados registrados por celulares, relógios, pulseiras e roupas podem ser bem úteis ao médico. Já existem trabalhos mostrando que alguns deles oferecem medidas confiáveis de batimentos cardíacos e são capazes até de identificar arritmias.

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Diandro Mota, da Socesp, ressalta que é preciso cuidado na hora de escolher, pois nem todo dispositivo à venda foi certificado e estudado para esse fim. E há opções piratas no mercado.

Inteligência artificial

O InCor é o primeiro centro da América Latina a incorporar algo que deve se tornar praxe daqui a uns anos: o uso de inteligência artificial na instalação de stents.

Um software processa as imagens da placa que obstrui a artéria, colhidas por um tipo específico de cateter.

+ Leia também: Inteligência artificial + eletrocardiograma = medicina mais preventiva

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Em tempo real, ele emite um diagnóstico da situação e sugere a melhor abordagem para o caso. Isso otimiza recursos e diminui complicações.

Genética no colesterol

Controlá-lo melhor é urgente. Em alguns países, já foram aprovadas terapias à base de RNA (molécula que envia uma instrução às células do corpo) para interferir na produção de colesterol pelo fígado.

E, em 2022, começou um estudo em humanos com uma terapia para silenciar o gene responsável pela síntese da gordura. Essa abordagem seria válida nas situações em que a origem do colesterol alto é uma desordem genética.

Estilo de vida faz diferença

Cada vez mais, os manuais e diretrizes de cardiologia reforçam o papel dos hábitos na saúde cardíaca. Exercícios físicos, boa alimentação, controle do estresse e qualidade do sono são tão importantes que devem ser prescritos como remédios.

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Um estudo recém-publicado no periódico Circulation mostrou que pessoas que adotam medidas como essas, além de controlar peso e pressão, vivem até nove anos a mais do que as que as negligenciam.

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