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Simples ajustes na caminhada podem adiar cirurgia do joelho para artrose

Reeducação de marcha mostra-se eficaz para reduzir a dor e o desgaste articular, adiando por anos a necessidade de prótese no joelho

Por Fernando Jorge, ortopedista*
7 out 2025, 10h37
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De acordo com estudo, quem anda mais também vive mais. (Ilustração: Sadora e Leontura/Getty Images)
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Em casos de artrose do joelho, a cirurgia para colocação de prótese é um tratamento comum que pode beneficiar tanto jovens quanto idosos. Porém, como articulações artificiais têm vida útil limitada, de cerca de 15 a 20 anos, o ideal é que a cirurgia seja adiada a ponto de a pessoa precisar apenas de uma substituição ao longo da vida.

A questão é que, apesar da incidência da artrose aumentar com o avanço da idade, temos observado um crescimento de pessoas jovens, com 50, 55 anos, que precisam de próteses, o que reforça a importância da adoção de estratégias para adiar a cirurgia.

E segundo um estudo recente publicado no The Lancet Rheumatology, a reeducação de marcha é uma medida simples capaz de adiar a cirurgia do joelho por anos em pacientes com artrose.

Como funciona a reeducação de marcha

A reeducação de marcha tem como objetivo modificar a forma como uma pessoa anda por meio de exercícios e feedbacks imediatos, corrigindo padrões de movimentos que podem levar à sobrecarga.

Estudos anteriores já haviam testado a reeducação de marcha para reduzir a carga na articulação sem sucesso, pois indicaram a mesma intervenção para todos os pacientes, sendo que, segundo os pesquisadores, o ângulo ideal para reduzir a sobrecarga varia de pessoa para pessoa.

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+Leia também: Não é só remédio: 3 novas recomendações dos médicos para cuidar da artrose

O estudo que comprovou a eficácia da técnica foi realizado com pacientes com artrose leve a moderada no compartimento medial do joelho, o tipo mais comum do problema.

Dos 68 participantes selecionados, metade serviu como grupo de controle e a outra metade recebeu o ajuste personalizado que mais reduzia a carga no joelho. No caso do estudo, esse ajuste envolveu a mudança do ângulo da pisada.

Por seis semanas, os participantes foram treinados para manter o ângulo prescrito do pé ao caminhar na esteira, o que era feito como o auxílio de um dispositivo preso à perna que emitia vibrações que funcionavam como feedback imediato. Após esse período, a orientação era que praticassem a nova forma de andar por pelo menos 20 minutos diários até que se tornasse natural.

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Menos dor e menor desgaste

Um ano depois, a dor foi avaliada a partir de relatos dos pacientes e uma nova ressonância magnética foi realizada para avaliar os danos na cartilagem. O grupo que passou pela reeducação da marcha relatou redução da dor comparável à proporcionada por analgésicos comuns e a degradação da cartilagem foi mais lenta em comparação ao grupo de controle. E os participantes demonstraram entusiasmo com a proposta e os resultados.

Trata-se de uma medida simples com resultados expressivos que pode ser facilmente adotada pelos pacientes por um longo período, ajudando a gerenciar a dor e adiar a necessidade de cirurgia por muitos anos.

Limitações e perspectivas futuras

Infelizmente, a aplicação em larga escala ainda depende de tecnologias caras que, no futuro, podem ser simplificadas para ser usada de forma mais abrangente.

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Hoje, casos mais leves de artrose são gerenciados com medicações, fisioterapia, condicionamento físico e infiltrações de ácido hialurônico. As próteses são realmente reservadas para casos avançados em que há comprometimento da qualidade de vida devido à dor, restrição dos movimentos e deformidades. Mas a decisão deve ser individualizada.

* Fernando Jorge é médico ortopedista, especialista em cirurgias do joelho, cirurgias do quadril, medicina regenerativa e intervenção em dor. Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), entre outras. 

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