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Você pode (ou melhor, deve) se preparar para um envelhecimento saudável. A geriatra Maisa Kairalla, da Universidade Federal de São Paulo e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, ensina como
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Cabelos brancos: está mais do que na hora de tirá-los do armário

Nossa colunista tece reflexões sobre as mulheres que finalmente estão deixando os cabelos grisalhos e explica o que está em jogo nesse processo

Por Maisa Kairalla
Atualizado em 19 ago 2021, 11h57 - Publicado em 17 ago 2021, 16h13
cabelos brancos
Num movimento para se libertar de pressões estéticas, mais mulheres passam a ostentar cabelos brancos.  (Foto: GI/Getty Images)
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Rita Lee, Fernanda Montenegro e Meryl Streep. O que essas mulheres têm em comum além do talento artístico? Todas assumiram seus cabelos brancos.

Para a geração mais nova, isso pode até parecer não ser grande coisa, mas trata-se de uma revolução que vem acontecendo nos últimos anos e ganhou ainda mais força com a pandemia.

Aos homens, sempre foi permitido envelhecer. É, inclusive, algo que se espera, pois significa experiência e maturidade, e os cabelos grisalhos são tidos até mesmo como um charme a mais. Porém, em uma sociedade patriarcal e ainda machista como a nossa, não se pode dizer o mesmo sobre as mulheres. Elas sofrem uma pressão estética para estarem sempre jovens, magras, sem rugas e, obviamente, sem cabelos brancos.

Perder a cor original dos cabelos à medida que envelhecemos é um processo completamente natural. A partir dos 35 anos, aproximadamente, a pigmentação dos fios vai gradativamente sendo perdida.

Isso acontece porque o melanócito, uma célula localizada em cada unidade folicular (estrutura responsável pela produção e crescimento do pelo ou fio de cabelo), vai tendo sua função progressivamente reduzida e, assim, a produção da melanina (pigmento que dá cor aos fios) é afetada. A esse processo damos o nome de encanecimento.

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É aproximadamente perto dos 50 anos que os fios começam, efetivamente, a se tornarem grisalhos – o que, entre muitas mulheres, ainda é visto como algo a ser evitado. Isso vai ao encontro do lobby das indústrias farmacêutica e da beleza, que poderão sair ganhando com a iminente mudança realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS): a partir de 2022, “velhice” será uma doença catalogada.

Por muito tempo, prevaleceu a ideia de que os cabelos grisalhos na mulher eram sinônimo de descuido, falta de feminilidade e de uma velhice não desejada. Como costumo dizer, a velhice, no entanto, não é heterogênea, e, felizmente, cada dia mais construímos o paradigma de que cabelos brancos e velhice podem ser muito bem-vindos.

LEIA TAMBÉM: O guia do cabelo bonito e saudável

Algo realmente está mudando e podemos ver isso de forma empírica analisando a presença das atrizes no último Festival de Cannes, realizado em julho deste ano, e que contou com diversas celebridades do sexo feminino desfilando seus cabelos grisalhos no tapete vermelho. Se antes era preciso esconder rugas e fios brancos, hoje parece que a sociedade começa a aceitar e ver beleza no envelhecimento.

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Há inclusive um movimento chamado “Grombre”, que celebra os fios brancos, e que começou como uma pequena comunidade no Instagram de mulheres ao redor do mundo compartilhando fotos de seus cabelos naturalmente grisalhos.

Aliás, durante a pandemia, em que todos tivemos de ficar mais reclusos, muitas mulheres encontraram no conforto do lar a desobrigação de pintar os cabelos e acabaram assumindo os fios. Isso não ocorreu apenas com mulheres idosas, mas também com as mais jovens. Talvez você nunca tenha reparado, já que o usual, antigamente, era se tingir os cabelos ao primeiro sinal de fios brancos, mas há pessoas que apresentam fios grisalhos naturalmente antes dos 50 anos de idade.

Além de tabagismo, deficiência de vitamina B12, vitiligo e doenças da tireoide, há outros fatores que podem influenciar no surgimento dos cabelos brancos, como a genética. No início deste ano, foi publicado um estudo que analisou a literatura médica sobre mudanças capilares em decorrência do passar dos anos e descobriu que caucasianos costumam ficar grisalhos no início de seus 30 anos, asiáticos no final dos seus 30 e africanos por volta da metade dos seus 40 anos.

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Outro ponto que também influencia nesse processo é o estresse. Já se imaginava que haveria uma relação entre ele e os cabelos brancos. Mas, pela primeira vez, a conexão foi apontada numa pesquisa: ela revelou que o estresse induz mudanças nas mitocôndrias das células, levando ao encanecimento.

O estudo também descobriu que existe a possibilidade de os cabelos ganharem novamente a pigmentação ao se excluir o fator estressor. No entanto, isso não significa que seria possível reverter a cor de cabelos em pessoas que já são grisalhas há muito tempo. Como a própria ciência atesta até o momento, envelhecer é inevitável e irreversível. E está – ou, ao menos, deveria estar – tudo bem com isso!

O fato é que, seja você uma pessoa que tem hesitado em mostrar ao mundo seus cabelos brancos, seja você alguém que ainda acha estranho ver mulheres com cabelos grisalhos, uma coisa é certa: está mais do que na hora de tirar os cabelos brancos do armário!

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