Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Imagem Blog

Check-up com Sidney Klajner Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

O cirurgião e presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein levanta e debate as tendências e os desafios que interferem em nosso dia a dia e na saúde pública do país
Continua após publicidade

Constipação intestinal: por que o intestino não funciona como deveria?

Há muitas possíveis causas por trás da prisão de ventre, mas a maioria das pessoas consegue fazer as pazes com o banheiro com mudanças nos hábitos de vida

Por Sidney Klajner
13 abr 2023, 18h25

As mulheres são as principais vítimas da constipação (ou obstipação) intestinal, a popular “prisão de ventre”.

Entre as causas, está uma situação bastante comum no universo feminino: se estiverem fora de casa e dá vontade de evacuar, muitas seguram o impulso.

Algumas aprenderam com as mães e avós que não devem usar banheiros de locais públicos pelo risco de contaminação, outras preferem a privacidade por vergonha de deixar cheiro ou emitir ruídos inconvenientes.

Às vezes, nosso relógio biológico faz com que a vontade de fazer coco só volte no dia seguinte. Enquanto isso, as fezes ficam lá armazenadas, e o intestino grosso e o reto continuam cumprindo seu papel de absorver água do líquido intestinal.

+ Leia também: O jeito certo de fazer cocô

Resultado: fezes mais ressecadas e eventualmente em grande volume, dificultando a evacuação. Em algumas ocasiões, até uma lavagem intestinal pode ser necessária.

Mas há um “coquetel” pró-constipação que afeta os dois sexos: alimentação pobre em fibras, consumo de líquido insuficiente para uma boa hidratação e sedentarismo. Esse combo ainda pode ser agravado pelo exagero de carboidratos na dieta.

Outro possível motivo por trás da constipação intestinal é a chamada obstrução de saída – ou seja, não há nenhuma dificuldade na propulsão dos alimentos pelo intestino. Ele se movimenta normalmente para levar o conteúdo fecal até a reta final, mas, quando o volume chega à pelve, existe um comprometimento da evacuação das fezes.

A obstrução de saída está associada a algumas doenças, como as do assoalho pélvico – e, mais uma vez, as mulheres são as mais afetadas porque isso tem a ver com gestação e parto.

Continua após a publicidade

Uma das doenças, que ocorre principalmente com o avanço da idade, é a retocele, situação em que o enfraquecimento da membrana que separa o reto da vagina dirige a força para evacuar para o assoalho vaginal, e não para o ânus.

+ Leia também: Viva a aveia!

Muitas mulheres com retocele, intuitivamente, acabam introduzindo o dedo na vagina e pressionam a região abaulada para forçar a evacuação.

Tem também a cistocele (perda de sustentação da bexiga, empurrando a vagina), a uterocele (prolapso uterino em que o esforço para evacuar pode fazer o útero sair pela vagina) e ainda pode ocorrer o descenso do assoalho pélvico (que é a queda do assoalho pélvico todo).

Continua após a publicidade

Outro problema frequente de obstrução de saída é a intussuscepção retal, quando, na hora do esforço para evacuar, o reto entra dentro dele mesmo, como a manga de uma blusa que enrola dentro dela mesma e não deixa o braço passar na hora que tentamos vesti-la.

Como diagnosticar?

Quando o paciente chega ao consultório com queixa de constipação intestinal, como saber se é obstrução de saída ou problema do trânsito intestinal?

Além de levantar dados como intervalo entre evacuações, aspecto e consistência das fezes, hábitos alimentares, entre outros, um exame complementar importante para nos ajudar é o de tempo de trânsito colônico.

Para realizá-lo, toma-se uma cápsula que contém 24 argolas minúsculas e, durante uma semana, é feito um raio x diário que registra onde elas estão.

Continua após a publicidade

Se as argolinhas não chegam à pelve no tempo adequado, o problema é trânsito intestinal. Se chegam, mas não são eliminadas, é obstrução de saída. Dependendo do quadro, outros exames podem ser necessários.

Compartilhe essa matéria via:

Como é o tratamento

Determinados casos exigirão cirurgia – geralmente procedimentos minimamente invasivos, muitos hoje realizados com tecnologia robótica, com resultados muito positivos e recuperação mais rápida.

Alguns quadros poderão ser solucionados com mudança de comportamento e medicamentos, como aqueles que aumentam a motilidade do intestino quando ele não está funcionando adequadamente para levar a massa fecal até a pelve.

Continua após a publicidade

Outras situações serão resolvidas com reabilitação do assoalho pélvico por meio de fisioterapia (biofeedback), como é o caso do anismo, uma condição em que o esfíncter anal, em vez de relaxar, contrai com o esforço de evacuação.

Mas a grande maioria das pessoas com constipação intestinal não precisará de nada disso para superar o problema porque a causa está associada a dieta e comportamento.

+ Leia também: Qual a melhor forma de lidar com as hemorroidas?

Mudanças simples, grandes resultados

Nessas circunstâncias, a saída não tem segredos: envolve alimentação rica em fibras, boa hidratação e atividade física regular.

Continua após a publicidade

Quanto ao comportamento, a orientação é deixar de lado eventuais constrangimentos e esquecer os ensinamentos da mamãe e da vovó: se deu vontade de evacuar, o melhor a fazer é buscar o banheiro mais próximo.

Colocar o bumbum em um vaso sanitário público é menos arriscado do que colocar a mão na maçaneta. A pele do bumbum não vai ter contato com olhos e boca, por exemplo. A da mão, sim.

Se com essas medidas a constipação intestinal não der trégua, é melhor procurar o médico.

Com avaliação clínica e exames, ele indicará o melhor caminho para libertar você da prisão de ventre e retomar a capacidade de fazer essa coisa natural, saudável e prosaica que é evacuar diariamente, às vezes mais de uma vez ao dia.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.