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Qual a melhor forma de lidar com as hemorroidas?

Se você logo pensou em cirurgia, errou. Ela só é indicada em alguns casos e, na maioria das vezes, quem decide é o paciente

Por Sidney Klajner
6 dez 2022, 17h46

Você, ou talvez alguém próximo, pode ter algo em comum com celebridades como o ator George Clooney, a atriz Elizabeth Taylor, o humorista Whindersson Nunes e o cantor Belutti (da dupla Marcos & Belutti): hemorroidas.

Sim, esse é um problema antigo e democrático. Afeta homens e mulheres, famosos e anônimos.

Estima-se que metade da população tem ou terá hemorroida em algum momento da vida. Algumas pessoas sequer terão sintomas, outras sofrerão com dores, sangramentos e outros incômodos.

Basicamente, a hemorroida é a dilatação de um vaso sanguíneo da região do ânus. Todos nós temos um conglomerado de veias e artérias tanto na borda anal como na área mais interna, acima da linha que divide essa borda do revestimento intestinal. É o chamado plexo hemorroidário. Faz parte da nossa anatomia.

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Além de predisposição genética, há uma série de fatores que, com o passar do tempo, podem levar ao desenvolvimento das hemorroidas, seja pela ação da gravidade, seja pelo efeito de situações que fazem contrair o abdômen e aumentar a pressão na pelve. Vamos a alguns exemplos:

Prisão de ventre (exige mais força para evacuar)
• Permanecer longos períodos sentado no vaso sanitário só para ler o jornal ou conferir as redes sociais
Gravidez (o útero comprime a veia cava e diminui o retorno do sangue; as pernas incham e os vasos hemorroidários, idem)
Ficar em pé muito tempo ou sentado em voos longos (com a pressão da cabine mais baixa que a atmosférica as veias tendem a dilatar)
• Praticar atividade física intensa, como treinos longos de maratonistas, e exercícios de musculação, como agachamento

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Existem hemorroidas externas, internas e as mistas. As externas costumam provocar crises de dor, porque essa é uma região com grande inervação, porém raramente sangram. Quando a crise passa e a hemorroida desincha, existe ainda a possibilidade de ficar um excesso de pele na parede anal, o plicoma, que pode trazer incômodos, dificuldade para a higiene ou um prejuízo estético.

Já as hemorroidas internas não doem, mas sangram com mais facilidade, porque a mucosa dessa região é mais frágil. Também podem ocorrer prolapsos durante a evacuação, isto é, a hemorroida sai para fora do ânus.

Outro tipo de ocorrência é a trombose hemorroidária, que é o entupimento de uma veia nessa região por um coágulo sanguíneo. A dor pode ser intensa e a maioria regride espontaneamente, podendo ser indicado banho de assento, analgésicos e anti-inflamatórios. Não é o caso de cirurgia, cuja evolução será mais dolorosa que a crise e não prevenirá novas ocorrências.

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Cirurgia de hemorroida, aliás, só é mandatória em casos excepcionais, quando o sangramento é grande e leva à anemia, por exemplo. Fora isso, quem decide pela cirurgia é o paciente, com base no impacto que os sintomas estão causando à sua qualidade de vida.

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De forma geral, o tratamento clínico, com pomadas e medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios no enfrentamento das crises e orientação para a mudança de hábitos, como adotar uma dieta rica em fibras a fim de evitar a constipação intestinal, funciona muito bem.

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Em relação às cirurgias, temos as excisionais e as não excisionais. As primeiras são as cirurgias convencionais, com cortes para a remoção de hemorroidas internas ou externas. O resultado é positivo, o risco de recidiva é menor, mas o pós-operatório é dolorido.

As cirurgias não excisionais são menos invasivas, mas indicadas primordialmente para hemorroidas internas. Temos algumas técnicas para realizá-las, como a desarterialização hemorroidária transanal (TDH), que eu trouxe da Itália para o Brasil em 2009.

Nesse procedimento, que é guiado por Doppler (ultrassom que mede o fluxo sanguíneo), realizamos uma ligadura para interromper o fluxo de sangue nas artérias da área afetada, fazendo com que a hemorroida murche, e uma sutura contínua com pregueamento da mucosa para que não haja prolapso. O pós-operatório é bem menos dolorido e a recuperação, mais rápida.

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Outra opção é o grampeamento, procedimento em que é removida uma faixa da mucosa do reto com posterior grampeamento das partes.

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Apesar de afetar uma em cada duas pessoas, ainda existe certo tabu em se falar sobre hemorroidas. Muita gente sofre em silêncio, não comenta e resiste até em procurar ajuda médica.

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Não faz sentido, pois soluções existem – não cirúrgicas para a grande maioria e cirúrgicas nos casos em que ela é indispensável ou quando o paciente opta por operar.

Além disso, é importante procurar um proctologista porque sintomas como sangramento ou nódulos na borda anal podem estar associados a outros problemas, como fissura, malformação vascular na região e até tumores.

Por fim, uma dica para prevenir hemorroidas: inclua no cardápio verduras, frutas e cereais integrais, além de beber líquidos para garantir uma boa hidratação. Isso ajuda a evitar a prisão de ventre, uma das principais vilãs dessa história.

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