Carne de porco: pode consumir numa boa?
Muita gente acha que, no quesito saúde, ela é inferior às carnes bovina e de frango. Investigamos se faz sentido
Cheia de gordura. É assim que a carne de porco é encarada por boa parcela da população. Mas, segundo o nutricionista João Motarelli, da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), há muitos mitos em relação ao alimento – e a história de que é gorduroso demais está entre eles.
Na verdade, a carne suína reúne, sim, gorduras saturadas. “Ocorre que a versão mais presente no alimento tem menor impacto na saúde cardiovascular do que aquela encontrada na carne bovina”, relata o especialista. “Por isso, a carne do porco poderia tranquilamente aparecer mais na rotina do brasileiro”, completa.
Motarelli só faz questão de lembrar que a escolha do corte faz toda a diferença. Na opinião dele, o lombo é o grande destaque. “Ele tem menos gordura saturada do que uma sobrecoxa de frango, por exemplo”, compara.
Outras boas opções são pernil e bisteca – mas na versão grelhada e sem capa de gordura. Aliás, por falar em modo de preparo, esse é um ponto que merece atenção. Afinal, não adianta escolher um corte magrinho e preparar no óleo em imersão, certo? “O ideal é apostar na carne grelhada, assada ou cozida”, enumera Motarelli.
Já os embutidos e o toucinho devem ser evitados. O motivo: ambos têm excesso de gordura e, no caso de salsichas e linguiças, há substâncias capazes de aumentar o risco de câncer.
Em termos de proteínas, pode ficar tranquilo: esse nutriente está garantido na carne suína, e é de ótima qualidade. Além disso, o alimento concentra vitaminas e minerais. Não tem desculpa mesmo para lombo e companhia não aparecerem à mesa com certa regularidade.