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ABC da Comida Há um universo de frutas, hortaliças, grãos e PANCs a explorar. E a jornalista expert em alimentação Regina Célia Pereira nos convida a degustar um a um nessa coluna que é uma feira de saberes e sabores.
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Espinafre: poderes muito além do desenho animado

Popeye já era fã, e, de fato, o alimento incrementa o dia a dia com substâncias que espantam a fraqueza e o desânimo

Por Regina Célia Pereira
Atualizado em 10 abr 2023, 16h49 - Publicado em 3 jun 2021, 14h41
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  • Talvez a molecada de hoje nunca tenha ouvido falar do Popeye. Velhinho, começou sua história de sucesso lá pelos idos de 1930: apareceu em tirinhas, curtas-metragens e depois foi parar nas telas da TV. Atravessou décadas com uma incrível força muscular.

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    Tamanho vigor não veio de galáxias distantes ou de fórmulas desenvolvidas secretamente em laboratórios, enredo comum em se tratando de heróis. A fonte dos super-poderes é o espinafre, ingrediente que pode ser encontrado no prato de qualquer cidadão.

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    Há algumas versões para a escolha do vegetal — até uma mais polêmica que, olha o suspense, você confere ao final do texto. Numa delas, o alimento foi eleito devido a um equívoco disseminado nos estertores do século 19. Cientistas alemães analisaram a composição nutricional do espinafre e, embora tenham realizado descobertas válidas, alguém fez confusão ao anotar seu teor de ferro.

    Botaram a vírgula do decimal no lugar errado e a verdura foi catalogada com uma quantidade dez vezes maior do mineral. A confusão estava feita: o espinafre saiu do laboratório como o grande paladino no combate à anemia.

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    Mesmo que não apresente tanto ferro quanto um bife bovino, é preciso enaltecer outros de seus atributos. Ele concentra ácido fólico, vitamina que também atua contra a anemia e o desânimo. O vegetal ainda ajuda a garantir energia para os músculos. Isso porque dispõe de nitrato, uma substância que, no nosso corpo, se transforma em óxido nítrico, favorecendo o suprimento de oxigênio para as células musculares.

    É um conjunto de façanhas, com o respaldo de estudos, que colaboram para as aventuras do marinheiro do desenho animado. Em seu auge, o personagem fez subir o consumo da hortaliça nos Estados Unidos, ainda que de forma menos apetitosa, já que lá se costumava adquiri-la enlatada.

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    Rotas gastronômicas

    Apreciado em terras americanas e além, o espinafre faz parte da família da beterraba e foi domesticado na Ásia. Seu nome de batismo científico é Spinacia oleracea e ele foi levado por árabes para a Europa na Idade Média. Desde então marca presença em muitas cozinhas.

    Na culinária clássica francesa, aparece de tudo quanto é jeito, junto de queijos, ovos, peixes e outras carnes. Casa com massas, compõe sopas, risotos, entre muitas preparações. Alguns livros de receitas trazem o apelido “à florentina” para todos os pratos que levam o ingrediente.

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    Segundo historiadores, a alcunha tem relação com Catarina de Médici (1519-1589), italiana de Florença, que se casou com Henrique II (1519-1559), rei da França. Há quem diga que a moça trouxe uma porção de costumes e predileções de sua terra natal. O vegetal também teria vindo em sua bagagem.

    No Brasil, essa versão é chamada de mini-espinafre e tem folhas mais finas e delicadas quando comparada ao tipo mais comum por aqui. Na verdade, aquele que aparece em nossas feiras e supermercados é o espinafre-da-nova-zelândia (Tetragonia tetragonioides), de formato meio triangular e cor verde bem escura.

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    Esse aí raramente dá as caras em saladas in natura. Muita gente não aprova o sabor mais amargo ou sua textura meio áspera, difícil de mastigar. Uma sugestão para o dia a dia é refogá-lo junto de cebola e alho, numa mistura que reúne uma rica quantidade de compostos protetores. Quem tem mais traquejo entre as panelas, entretanto, pode apostar nas opções à florentina.

    O espinafre do Popeye?

    Prometi falar de uma teoria mais polêmica sobre a escolha do espinafre do velho marinheiro. Pois bem, ela vem da música escolhida para esta coluna. Só tire as crianças da sala, por favor.

    A canção, do final da década de 1930, é intitulada The Spinach Song e foi gravada por Julia Lee (1902-1958). Ela tem uma letra de duplo sentido que remonta ao tempo em que o espinafre era um dos apelidos da maconha. Levanta, inclusive, suspeitas sobre o conteúdo do cachimbo do Popeye. Vai saber…

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