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ABC da Comida

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Há um universo de frutas, hortaliças, grãos e PANCs a explorar. E a jornalista expert em alimentação Regina Célia Pereira nos convida a degustar um a um nessa coluna que é uma feira de saberes e sabores.
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Damasco: boa companhia que vem do Oriente

Seja seco, seja fresco, o fruto é bem-vindo no lanche, nas receitas, no pós-treino e, claro, nas celebrações

Por Regina Célia Pereira
28 fev 2021, 17h46
foto de pêssegos e damascos
Muita gente confunde damasco com pêssego: o damasco é o fruto menor e mais amarelinho da foto.  (Foto: GI/Getty Images)
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Em busca de inspirações e informações para esta coluna, deparei com Álvaro de Campos, um dos heterônimos do poeta português Fernando Pessoa (1888-1935):

“Ó meu amor! ó meu damasco, ó minha seda,
Ó meu guizo de prata,
Meu colar de pérolas deixado em cima da cômoda
Minha aliança de ouro em dedos já velhinhos e fieis”

Além de nos emprestar sua beleza, os versos ajudam a situar a origem do fruto. A exemplo da seda e do guizo – nesse caso, um amuleto protetor contra maus espíritos –, seu berço é o Oriente.

Acredita-se que o damasqueiro seja natural do norte da China. Há até quem diga que Confúcio, pensador chinês que viveu entre 552 e 479 a.C., gostava de ensinar seus alunos em bosques repletos da espécie. Entre cores, sabores e perfumes, não devia lhe faltar ideias.

O damasco se espalhou pelo mundo e, atualmente, países como Turquia, Irã e Itália despontam como os principais produtores. Assim como o pêssego e a ameixa, ele faz parte das stone fruits, ou seja, “frutas com pedras no meio”, designação devido à sua única semente, envolta em casca duríssima.

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Seu aroma marcante vem da mistura de compostos como as lactonas e os terpenos. Já a polpa suculenta e amarela guarda carotenoides, substâncias que, entre outras coisas, transformam-se em vitamina A no organismo e zelam pela saúde dos nossos olhos.

Aqui no Brasil é mais fácil encontrar a versão seca do alimento. Quando vai aos fornos, ele perde água, mas tem sua doçura acentuada. Diferente das secagens ao sol, feitas por povos antigos para a preservação dos vegetais, as estufas usadas nos processos atuais são rigorosamente controladas para atenuar perdas nutricionais e assegurar uma boa consistência.

Inclusive aquela textura carnosa resulta do alto teor de fibras, com destaque para a pectina, parceira do funcionamento intestinal. Seco também concentra carboidrato, daí ser excelente repositor de energia aos praticantes de atividade física.

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Nutricionistas ensinam a saboreá-lo junto de fontes de proteína para ajudar no equilíbrio glicêmico e manter a saciedade prolongada. Mais um motivo para combinar damasco com queijo. Desde o suave cottage até o gorgonzola, passando por feta ou parmesão, todos são belos companheiros. Mas há quem diga que a união perfeita se dá com o brie.

Outro casamento bem-sucedido é o do fruto com o chocolate. Seja a mistura simples e pura, seja em preparações mais caprichadas. Uma receita que leva os dois ingredientes e que carrega muita história é a Torta Sacher ou Sachertorte.

Esse bolo especial foi criado em Viena, na Áustria, em 1832, pelas mãos de Franz Sacher (1816-1907), que na ocasião ainda era aprendiz de cozinheiro. Certa vez, teve que substituir seu chefe e recebeu nada menos que a incumbência de criar uma sobremesa para o príncipe Klemens von Metternich (1773-1859).

Diz a lenda que o jovem recorreu ao que havia na despensa e, num passe de mágica gastronômico, desenvolveu a delícia. Passadas centenas de anos, a Sachertorte é servida em celebrações ou em datas triviais, enfeitando as mesas com sua belezura e agradando paladares.

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Tocada pela receita de origem austríaca, deixo com vocês a composição de um vienense contemporâneo de Franz Sacher e que talvez tenha experimentado o famoso doce em algum salão com muita valsa, boa conversa e alegria. Saboreie, além do damasco, o Danúbio Azul, de Johann Strauss II (1825-1899).

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