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Antonio Lancha Jr, professor expert em atividade física e nutrição da USP e autor de livros como "O Fim das Dietas", ensina como emagrecer sem cair em promessas furadas
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Cabeça de gordo: isso existe?

Especialista analisa a veracidade dessa conhecida expressão, considerando o impacto da ansiedade no ganho de peso

Por Antonio Herbert Lancha Jr.
4 Maio 2018, 17h33

Na semana passada, quando eu voltava da Universidade de São Paulo (USP) de metrô para casa, ouvi duas mulheres conversando. Uma disse: “Eu tenho cabeça de gordo. Mal acabo de comer e já estou pensando na próxima refeição”.

Confesso que me interessei pelo bate-papo. Ou melhor, pelo vaivém dos assuntos. De um momento para o outro, o tema migrou da comida para a resposta que daria à mãe por causa de uma briga que tiveram. Aí voltou para a vontade de comer e, num instante, caiu em uma questão de trabalho com o chefe. Sim, eu bisbilhotei um pouquinho – mas repare como a conversa sempre abordava preocupações futuras.

Aqui começamos a entender como nós confundimos a sensação de fome com a ansiedade. Aliás, a região no cérebro que identifica a necessidade de ingerir alimentos é muito próxima da que processa a ansiedade.

Assim, é fácil interpretarmos a ansiedade como fome e vice-versa. E ambas essas sensações têm a ver com preocupações futuras (“eu precisarei comer” ou “terei que resolver os problemas com minha mãe e meu chefe”).

Para entender melhor, a ansiedade apareceu pra valer quando deixamos de nos preocupar apenas com o alimento que ingeriríamos naquele dia. Foi quando o ser humano aprendeu a cultivar alimentos agrícolas, em vez de caçar animais e coletar frutas que surgiam por aí.

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Antes, o nômade vivia cada dia como se fosse o último. Ele não se preocupava muito com o futuro, porque precisava caçar quase todo dia. Já a plantação de vegetais e a criação de animais em cativeiro exige planejamento. Ou seja, demanda pensar no futuro e até tentar viver nele.

Claro que ninguém consegue “viver no futuro”, porém sempre tentamos fazer isso. Está aí um grande motivo de ansiedade, que é confundida com fome.

Voltando para minhas colegas de metrô, a tal “cabeça de gordo” descrita por elas nada mais é do que um exercício constante da mente humana. A gente simplesmente adora vagar por hipóteses futuras, como nossos ancestrais agricultores. Em outras palavras, não existe “cabeça de gordo”, e sim uma “cabeça moderna”.

A boa notícia para quem quer melhorar sua alimentação é a de que podemos treinar nossa mente a se concentrar no presente. Isso funciona como um jogador de futebol que treina constantemente a bater faltas para marcar seus gols. Darei algumas dicas focadas na alimentação:

1) Compre os alimentos do jantar, por exemplo, em um horário perto jantar. Assim, você pode escolher itens mais frescos e pensar no cardápio. Só não vá ao mercado com muita fome, se possível.

2) Se for comer em algum restaurante, experimente um lugar diferente. Evite a monotonia e as mesmas refeições. Com frequência nos mantemos presos a opções mais conhecidas, o que nos faz perder a oportunidade de conhecer novos sabores e aromas.

3) Arrisque-se na cozinha, tente preparar algo diferente, misture temperos e ingredientes… Gastar tempo na preparação acentua nossas percepções olfativas e de paladar, intimamente ligados à sensação de saciedade.

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4) Quando perceber sua mente vagando para o futuro, gentilmente traga ela para o momento presente. Lembre-se: a mente humana gosta de tentar viver o futuro, mas isso não é possível – e pode engordar.

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